Dezenas de fãs fazem fila para ver o ator Robert Pattinson em Lisboa, cujo filme tem antestreia marcada para o CCB esta noite.
O realizador David Cronenberg e o ator Robert Pattinson estiveram esta terça-feira no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, numa conferência sobre o filme «Cosmopolis», produzido pelo português Paulo Branco, enquanto na rua dezenas de fãs aguardam a antestreia, marcada para esta noite.
O filme, que estreou na seleção oficial do Festival de Cinema de Cannes, em França, na semana passada, onde não levou qualquer prémio, tem a sua segunda exibição pública em Lisboa, numa antestreia no CCB, às 20:30, na qual estarão Cronenberg e o protagonista do filme, Robert Pattinson. Há uma segunda antestreia prevista para as 22:00, nos cinemas do Monumental, também com a presença de ambos.
Num encontro hoje com a imprensa, o realizador canadiano e o ator britânico, acompanhados do produtor Paulo Branco, foram contando alguns pormenores sobre a rodagem do filme, uma adaptação do romance homónimo do escritor norte-americano Don DeLillo.
À entrada do CCB, onde já está colocada a passadeira vermelha, perto de vinte fãs de Pattinson, cerca das 12:00, já guardavam um lugar para o poderem ver à noite na antestreia. Entre elas estavam quatro espanholas, de Valladolid, que estão no local desde segunda-feira à noite, descreve a agência Lusa.
«Cosmopolis» juntou, pela primeira vez, David Cronenberg e Robert Pattinson, depois de este ter sido o protagonista da saga de vampiros «Twilight», um sucesso mundial de bilheteira.
Robert Pattinson interpreta o papel de um milionário, Eric Parker, que quer atravessar Nova Iorque, dentro de uma limusina, para cortar o cabelo.
A viagem, que dura um dia inteiro, é uma metáfora sobre a própria vida da personagem e a sua autodestruição até a um confronto final - um diálogo crucial do filme - com um antigo empregado (o ator Paul Giamatti).
«Foram os diálogos do livro que me deram a certeza de que isto podia ser um filme. Eram dramáticos, interessantes. Don DeLillo tem diálogos muito específicos e transcrevi-os todos [para o argumento]», explicou Cronenberg, citado pela Lusa.
Robert Pattinson, que tem em «Cosmopolis» o primeiro grande papel dramático de carreira, admitiu que estava «assustado» no início da rodagem, porque não sabia se o filme iria resultar, uma vez que tinha muito texto, a história passava-se dentro de uma limusina e ele aparecia em quase todas as cenas.
Feito o filme, o ator reconhece que agora pensa na representação e o cinema de forma diferente. Apontado como protagonista da sequela de «Hunger Games - Jogos da Fome», não são conhecidos planos para novos filmes na agenda do ator. Pattinson diz não saber que outras personagens gostaria de representar no futuro, mas tem um desejo: «Espero apenas fazer boas personagens».
Cronenberg provocou uma sonora gargalhada na conferência de imprensa quando disse que escolheu Pattinson porque «era barato, estava disponível e obedecia às ordens do realizador».
«Vi algumas entrevistas dele no Youtube e deu para perceber como é, se tem sentido de humor. Divertimo-nos muito na rodagem, apesar de o filme ser pesado (...). Tive que o convencer, não porque o filme seria bom, mas porque ele era a pessoa certa para o papel», disse.
David Cronenberg, 69 anos, autor de filmes como «Videodrome» (1983), «A mosca» (1986), «Crash» (1996) e «Uma história de violência» (2005), disse que ainda está a digerir tudo o que o filme representa.
«Mostrámos o filme em Cannes e foi a primeira vez que o vi com público. Ainda não sei o que é que o filme trouxe à minha vida, mas já teve impacto. Temos andado a citar partes do filme. O filme tem muitos significados», disse.
Esta foi a primeira vez que Paulo Branco trabalhou com David Cronenberg, a quem sugeriu a adaptação do romance de Don DeLillo.
«Cosmopolis», que tem estreia comercial em Portugal na quinta-feira, é considerado um filme independente e de baixo custo, com um orçamento de 15 milhões de euros.
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