Capítulo 28
Quando amanheceu acordei e vesti-me rapidamente. Saí do quarto para tomar o pequeno-almoço e Alice estava na cozinha, com Jasper, a conversarem muito baixinho.
-Bom dia – disse enquanto ia ao frigorífico tirar o leite.
-Tão cedo? – perguntou Jasper.
-Não é assim tão cedo, tio. Acabou de amanhecer.
-Por isso mesmo, Jenny. A esta hora ainda estarias a dormir – disse a tia Alice.
Suspirei e respondi:
-Talvez esteja sem sono.
Alice e Jasper ficaram a olhar para mim, esperando que eu dissesse mais alguma coisa.
-Esqueçam, não vou falar nada. Preciso de pensar em tudo muito cautelosamente primeiro.
-O Edward disse que ficava cá contigo caso tu quisesses ficar – informou Alice. – Mas não apresentou nenhum motivo especial. O que se passa Jenny?
-Já disse que não se passa nada! – gritei e deixei o leite em cima da bancada cheia de lágrimas nos olhos. Corri até ao quarto dos meus pais e abri a porta. – Pai.
Ele abriu os olhos assim como a minha mãe.
-O que se passa, Jenny? – perguntou ele, levantando-se e indo até mim.
-Só preciso de um abraço – murmurei e corri até ele. Comecei a chorar, cheia de medo e frustração por não saber o que se passava comigo. Eu não sabia o que era aquela inquietação que eu tinha pelo meu corpo todo, como se tivesse um formigueiro a passar por cima de mim.
-Conta-me, Jenny, o que aconteceu? – perguntou ele, numa voz dócil, de pai preocupado.
-Não quero falar – respondi, rezando a todos os santinhos de que eu tinha conhecimento para ele não me forçar a falar.
-Quando quiseres, sabes que estamos aqui, não é?
Acenei com a cabeça.
-Jennifer, olha para a mãe – pediu a minha mãe e eu tirei a testa do ombro do meu pai, fitando-a.
-Sabes que nós não te vamos julgar, não sabes?
-Sei – disse num murmúrio.
-Então porquê essa hesitação?
-Eu ainda não sei bem o que se passa. Tenho medo.
-Então, porque não nos contas? Pode ser que te possamos ajudar – disse o meu pai e eu respirei fundo.
-Eu acho que tive a Impressão Natural.
Os meus pais ficaram estáticos, a olhar para mim, embasbacados com aquilo que eu tinha dito.
-Mas eu ainda não tenho a certeza. A verdade é que ele não me sai da cabeça.
-Há quanto tempo é que o conheces? – perguntou a minha mãe.
-É aquele rapaz, não é? – indagou o meu pai e eu acenei com a cabeça.
-Foi horrível pai. Eu não sabia o que se estava a passar comigo. Continuo a não saber.
-Tem calma, tudo se vai resolver, está bem? Estamos aqui contigo – disse a minha mãe e as lágrimas voltaram. – Não chores, minha linda. Estamos aqui para te ajudar.
-E se tu fosses passar uns tempos a La Push? – sugeriu o meu pai. – Para colocares a tua cabeça em ordem, pensares bem naquilo que sentes e naquilo que queres fazer?
-Não me importava.
-O Seth vai contigo. Ele quer ver o Taylor, por isso, juntamos o útil ao agradável – disse o meu pai.
-Então vai, e nós tratamos das coisas aqui.
-Está bem. Vou hoje depois das aulas – concordei. – Tenho que ir buscar a mala. Até já.
Saí do quarto e fui até ao meu, peguei na mala, nos livros e nos apontamentos que encontrei em cima da secretária. Separei algumas roupas para depois, quando chegasse a casa, fosse só necessário colocá-las na mala.
-Não te preocupes com as roupas, eu trato disso – falou Alice enquanto entrava no meu quarto e pegava no meu telemóvel que estava em cima da secretária. – Não te esqueças disto.
-Não me esqueci – falei e tirei o telemóvel das mãos dela. – Não quero nada muito refinado, está bem? Calças, vestidos e T-shirts. Afinal, eu ando nos bosques.
Dei-lhe um beijo na cara e saí de casa com os meus pais, a tia Sophie e o tio Seth.
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