Capítulo 29
-Aqui tens os apontamentos – falei e entreguei o molho de folhas.
-Obrigado, Jenny – agradeceu ele e sorriu. – Vai-me dar muito jeito.
-De nada. Fica com eles o tempo que quiseres – disse e a campainha tocou. – Tenho que ir. Tchau.
Fui em direcção à minha outra aula, quando ele me agarrou o braço. Eu sabia que era ele, porque mal me tocou, uma corrente eléctrica percorreu o meu corpo.
-Jenny, fiz alguma coisa de mal? – perguntou ele e fitei-o. Os seus olhos azuis prenderam-me e eu não consegui falar nada por uns segundos.
-Não – disse. – Não, não fizeste nada de mal.
-Então, porquê essa frieza comigo? Ontem parecias bem, mas hoje, parece que estás distante de todo o mundo e na aula não falaste comigo uma única vez.
-Está tudo bem. A sério – falei. – Vou só passar uns tempos fora de Nova Iorque e não sei se volto.
-Vais para onde?
-La Push, em Washington.
-Boa viagem.
-Obrigada – agradeci, sorrindo. – Tenho que ir. Adeus.
Corri até à minha próxima aula, mas sentia o olhar dele nas minhas costas. Entrei na aula, abstraída com tudo e sentei-me na minha cadeira do costume. O professor entrou e começou a debitar matéria, mas eu não tomava atenção. Mal esperava para a campainha tocar e sair dali a correr até casa, pegar nas minhas chaves do carro e na minha mala de viagem e conduzir até Forks.
O tempo ia passando, lentamente para mim e sempre que olhava para o relógio, ainda só tinha passado um minuto.
-Miss Black, pode responder à minha pergunta? – perguntou o professor, olhando para mim e todos os olhos viraram-se para me fitar, esperando a minha resposta.
-Desculpe, professor, não sei a resposta – disse.
-Se eu fosse a si, tomava atenção na aula, Miss Black.
-Desculpe professor – falei e ouvi uns murmúrios pela sala.
-Continuemos – disse o professor, e continuou a falar. Tentei tomar atenção e tirava alguns apontamentos, mas nada daquilo me fazia sentido.
Quando tocou, arrumei as minhas coisas rapidamente e saí disparada da sala, quase correndo até ao metro.
-Jennifer.
Parei e os ossos gelaram. Virei-me para trás, com medo daquilo que ia encontrar. Era ele. Os olhos vermelhos, naquela altura lilases por estarem com lentes de contacto, o chapéu preto discreto, a pele pálida e aquele cheiro intenso de vampiros que se alimentam de sangue humano. O seu rosto angelical não mostrava qualquer evidência do Mal e parecia inocente.
-Olá Alec – falei e continuei a andar, tentando não demonstrar qualquer medo.
-Como está a tua família?
Olhei bem para cima, e deparo-me com Felix, com o mesmo visual que Alec. Acompanhou-me do lado esquerdo, enquanto Alec acompanhava-me do lado direito.
-Bem, obrigada. Melhores se vocês não estivessem aqui.
-Jennifer, acompanha-nos por favor – pediu Alec, mostrando uma porta com um aspecto suspeito.
-Não obrigada. Estou com pressa.
A porta do metro abriu-se e eu entrei com a multidão, fazendo a minha garganta arder profundamente, mas mais valia isso do que ter os Volturi à perna. As portas fecharam-se e vi-os estáticos na plataforma a olharem para a minha carruagem, baralhados, tentando procurar-me.
Quando cheguei a casa, Alice já me tinha preparado a mala e deu-me as chaves do carro do Emmett.
-Mete-te dentro do jipe e vai o mais depressa que puderes – aconselhou-me Alice, bastante nervosa.
-Sim, Alice, já tinha intenções disso – falei. – Quem é que me acompanha?
-Rosalie e Seth.
-Certo – acenei e fitei o meu avô. – Não preciso de te dizer o que aconteceu no metro, pois não?
-Não, ouvi tudo e a Alice teve uma visão.
-Tive tanto medo por ti – disse Alice e abraçou-me fortemente.
-Acredita, eu também – disse-lhe e olhei para o resto da minha família. Rosalie e Seth apareceram com as suas malas.
-Não te preocupes, Alice, vamos chegar sãos e salvos. Telefonamos-te quando chegarmos – prometeu Rosalie e abraçou-a. – Tem calma, Alice.
-Eu odeio isto! Eles estão a brincar com os meus pontos cegos nas visões! – guinchou Alice.
-Bem, é melhor irmos andando para chegarmos amanhã de manhã.
Despedimo-nos de todos e quando abracei o meu pai, falei-lhe:
-Cuidado com os Volturi. Não deixes eles magoarem e Selena e o Patrick.
-Ninguém brinca com um lobisomem. Já devias de saber isso – disse ele e depois abracei a minha mãe.
Eu, Seth e Rosalie fomos até à garagem, e rumámos a Forks.
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