Espero que gostem!
O Nahuel vai voltar, com algumas notícias que não são muito animadoras...
Capítulo 24
O mar estava calmo, sem uma única ondulação, mas eu sabia que iria durar pouco: as nuvens aproximavam-se vindas do Norte e em breve seria uma tempestade enorme. Talvez, pudesse chover durante dois dias seguidos, com ventos violentos e algumas quedas de árvores.
-Taylor – chamou Leah, a minha tia.
-Oi, tia – falei, não me virando.
-O teu pai telefonou. Quer saber como é que tu estás.
-Estou melhor. Mas ele podia ter-me telefonado.
-Ele não te telefonou, porque sabia que tu não irias responder.
-Quem te disse isso? – perguntei com a raiva a aumentar. Eu odiava esta coisa de lobos, em que nós sabíamos tudo uns dos outros, quer quiséssemos ou não.
-Taylor, tu não tens retornado os telefonemas da tua mãe e ligas, muito raramente, à tua prima e à Rosalie. Sabes que isso não está certo, não sabes?
-Então, o que está certo afinal?! – perguntei, com raiva e frustração na voz, enfrentando-a. – Nada disto está certo, percebes?!
-Taylor, tu precisas de ter calma.
-A sério? E não é o que eu tenho tido nestas últimas semanas?
-Não! – gritou ela, mesmo na minha cara. – Tu tens estado a afogar-te nos teus problemas, e acredita em mim, isso não é nada bom! Não os vais resolver desta maneira, precisas de reagir!
-Ai sim? Como? Eu estou em Forks e sinto a dor dela!
-Vês? Tu já nem sequer consegues dizer o nome dela!
Baixei os olhos, tentando controlar o fogo na minha coluna. Quando estava na forma de lobo, era muito mais fácil controlar estes sentimentos. Deixava os meus instintos de lobo dominarem-me e esquecia tudo.
-Vai para casa dormir. Precisas disso, Taylor.
-Eu não consigo dormir. Já devias de saber disso – falei, fitando-a.
-Tenta. Arruma a casa, faz comida, dorme, vê TV, qualquer coisa! Mas vai para casa e relaxa.
-Eu não consigo. Sinto-me incompleto.
-Taylor, como substituta do Jacob e do Seth, eu ordeno-te que vás embora para a tua casa, agora! – mandou ela, olhando-me firme.
-OK – disse, encolhendo os ombros.
Embrenhei-me na floresta e transformei-me. Segui até casa, correndo o máximo que podia, tentando esquecer tudo, e cumprindo a ordem da Leah. Quando cheguei a casa, houve um cheiro que eu não sabia bem o que era, mas era parecido com o cheiro da minha mãe e da Nessie.
Vi um vulto a andar em volta da casa. Era um rapaz, com uma aparência parecida com a minha, mas tinha a pele mais morena e os olhos eram muito curiosos. Ele não era 100% humano, mas também não era vampiro.
Rosnei e atirei-me a ele. Rolámos pelo pavimento e ele tentou defender-se, mas eu imobilizei-o com o meu poder, muito parecido com o da minha mãe, mas que infelizmente, só se manifestava quando eu estava em forma de lobo.
-Calma! – pediu ele, sorrindo, percebendo que não se podia mover. – Sou amigo da família Cullen. Só os vim visitar, mas parece que eles não estão cá há já algum tempo.
Continuei a rosnar, mas quando percebi que aquilo o estava a divertir, entrei pela floresta e voltei a transformar-me. Voltei para onde ele estava e ele já estava de pé, a sacudir a roupa.
-O que é que tu queres? – perguntei.
-Obrigado pela tua cordialidade! – exclamou ele, irónico. – Sou o Nahuel, um amigo da família Cullen. E tu?
-Sou um membro da família Cullen.
-Isso é impossível! És um lobo!
-Sou filho da Sophie e do Seth.
-Não acredito. A Sophie e o Seth tiveram um filho?
-Como é que conheces os meus pais? – perguntei.
-Bem, é uma longa história. Primeiro, conheci a Alice e o Jasper, depois o resto da tua família, quando a Nessie ainda era muito jovem. Depois, quando os Volturi voltaram a fazer uma segunda visita, cá estava eu, e conheci a tua mãe.
-E o que estás aqui a fazer?
-Estava só de visita.
-Eles não estão cá – informei.
-Isso já eu tinha percebido. Sabes onde é que eles estão?
-Seria muita informação para ti.
-Bem, estou disposto a correr o risco.
-Não te vou dizer para onde a minha família foi – disse-lhe. Ele estava sinceramente a irritar-me e apesar de eu me lembrar vagamente de a minha mãe me falar do Nahuel quando eu era muito pequeno, não estava a gostar muito da atitude dele.
-Ouve, eu não vim aqui para arranjar problemas, está bem? Na verdade, eu tenho algumas informações sobre o que está a acontecer no Sul.
-Sul? Queres dizer, América do Sul, certo?
-Sim, exacto. Parece que os exércitos estão a vir para Norte.
-Os exércitos de vampiros? Aqueles que se situam mais no Texas?
-Sim, isso. Mas é uma história muito longa, não podemos entrar e conversar num ambiente mais confortável?
-OK. Entra – disse e fui à frente, para lhe abrir a porta e mostrar-lhe a casa.