Capítulo 31
Virei-me e lá estava ele, quieto com a sua pele cor-de-azeitona. Antes que pudesse gritar ou mexer-me, ele agarrou-me e senti uma sensação estranha, como se estivesse a viajar.
- Nahuel, meu querido. Voltas-te, finalmente. - Saudou com uma voz aveludada, uns segundos mais tarde, quando a sensação de viagem terminou.
Olhei ao redor e estava no mesmo sítio do meu sonho, as mesmas cadeiras, as mesmas pessoas, comecei a ficar assustada.
- Desculpe, Aro. Mas foi complicado, eles são mesmo cães de guarda!
- E esta linda menina, quem é? - Inquiriu, sorrindo-me.
- Bianca Ateara, a tal. - Respondeu, empurrando-me em direcção ao homem incrivelmente simpático e com a pele que parecia papel.
- Muito prazer, minha querida. Seja bem-vinda a Volterra. - Pegou na minha mão e fechou os olhos. – Hum... Belas memórias, mas uma tragédia. - Olhei-o confusa. - Oh, desculpe-me, querida. Chamo-me Aro Volturi, estes são: Caius e Marcus, presumo que já conheceste o Nahuel, também.
- Mestre, chegou o nosso jantar. - Falou uma rapariga pequenina loira, com os olhos vermelhos brilhantes.
- Oh, nem dei pelas horas passar. Alec, meu querido, podes levar a menina Ateara para o quarto de hóspedes? - Nesse instante, chegou até nós, um rapaz lindo, embora os seus olhos vermelhos, era sem dúvida o mais belo vampiro que alguma vez tinha visto.
Aro riu e notei que ele ainda tinha a minha mão entre as suas.
Alec pegou em mim e começou a caminhar em direcção à porta, que se escondia atrás das poltronas, andamos por diversos corredores, o silêncio mantinha-se, só se ouvia o bater descompassadamente do meu coração.
- Não precisas de estar assustada, não te vou fazer mal. – Falou-me pela primeira vez, a sua voz era ainda mais bela do que o chilrear dos pássaros.
- O que querem de mim? – Perguntei uns segundos mais tarde.
Antes que me respondesse, abriu duas enormes portas e entrou, pousou-me no chão e olhei à volta, estava num enorme quarto perfeitamente ordenado com imensa luz, à minha esquerda tinha uma estante cheia de livros, à minha direita encontrava-se um móvel que suportava uma aparelhagem e uns cadernos e no centro do quarto predominava uma gigante cama branca, com umas almofadas cor-de-rosa, reparei em duas portas, perto de imensos quadros, uma delas era a casa de banho perfeitamente equipada com tudo necessário.
- Aro quis certificar-se pessoalmente, que tinhas tudo de bom e necessário, se precisares de alguma coisa é só dizeres.
- Então vocês sabiam que eu vinha? Como? Para quê? – Inquiri ansiosa e estupefacta.
- Com licença, mais logo volto aqui para ver como estás. Tens ali em cima comida, espero que seja do teu agrado. – Voltou a dizer, apontando para uma grande mesa cheia de comida, ainda sem responder à minha pergunta. – E também fosse melhor tomares um banho, sem ofensa, mas cheiras a cão, tens ali roupa, é o teu guarda-roupa. – Desta vez apontou para a porta da outra extremidade do quarto.
Começou a andar até à porta e parou aí, olhou para mim e saiu.
Alec
Finalmente a aberração de Nahuel, fez o que lhe competia, trazer Bianca Ateara para o mestre.
Quando ele chegou, com ele veio uma bela rapariga assustada, tinha cabelo encaracolado castanho e olhos castanhos brilhantes, mas não foi isso que me chamou a atenção, foi o seu cheiro, que embora tivesse o cheiro dos cachorros, o seu sangue apelava por mim, fazia-me sentir com água na boca, no sentido figurativo, claro.
Tive que fazer uma tremenda força para conseguir aguentar e não seguir os meus instintos, que nesse momento me diziam para sentir aquele doce e quente sangue que circulava naquele pequenino corpo, se o fizesse o mestre não iria gostar e estragaria os seus planos.
Aro dissera-me para a levar para o quarto que lhe era destinado, ficava perto do meu, não precisava de um, mas Aro sempre fora teatral e quando me transformou quis-me dar, tanto a mim, como à minha irmã Jane.
Levei-a pelos corredores, a uma velocidade humana, não queria assusta-la ainda mais, ouvia perfeitamente o bater do seu belo e frágil coração, parecia que ela fazia de propósito para eu perder o controlo de mim próprio.
- Não precisas de estar assustada, não te vou fazer mal. – Disse-lhe, tentando não respirar.
- O que querem de mim? – Perguntou-me, 6 segundos mais tarde.
Não lhe podia dizer a verdade, mas também não lhe queria mentir, preferi não responder, comecei a acelerar, queria chegar aquele quarto o mais rápido possível.
Finalmente, chegara e pousei-a no chão cuidadosamente, ela começou a olhar estupefacta para o quarto exagerado. Aro Volturi era exageradamente teatral.
- Aro quis certificar-se pessoalmente, que tinhas tudo de bom e necessário, se precisares de alguma coisa é só dizeres. – Revirei os olhos, uma atitude humana.
- Então vocês sabiam que eu vinha? Como? Para quê? – Perguntou-me, não podia responder a essas perguntas, embora quisesse, embora eu quisesse dizer-lhe que estava tudo bem, que era só uma visita, mais nada, não podia, não conseguia mentir-lhe.
Em vez disso, falei-lhe noutra coisa, disse que ela precisava de comer e tomar banho, depois vim embora, não sem antes dirigir-lhe um último olhar, olhava para mim assustada, preocupada.
Em poucos segundos, cheguei ao salão principal.
- Alec, meu querido, demoraste. Já não há comida, a tua irmã excedeu-se. – Riu-se, olhando para os corpos sem sangue que estavam estendidos pelo salão. – Como ficou a loba?
- Bem. Mestre, posso sair por algum tempo? Já que vou fazer de Babyssiter, preciso de me alimentar. – Sorri e menti ao mesmo tempo.
- Oh, claro. Não demores, preciso de ti. Ate logo, meu querido.
Assenti e fui embora.
Afastei-me o máximo possível de Volterra, não nos era permitido caçar dentro das muralhas.
(…)
Já estava fora à quatro horas, tinha que regressar, não queria ficar afastado dela muito tempo, tinha medo que alguém a magoasse.
Corri na máxima velocidade que conseguia, não sabia explicar, mas queria protegê-la.
- É melhor regressares e continuares com o teu trabalho, se deixares de aparecer eles irão ter a certeza que ela está aqui e precisamos de tempo para completar-mos o plano. – Ouvi Aro a dizer, quando cheguei ao salão.
- Mas mestre… - Começou Nahuel.
- Nem mas nem meio mas. Tu sabias desde o inicio como isto ia ser! – Disse severamente. – Agora vai. – Ordenou.
Mal acabou de ouvir as ordens, Nahuel desapareceu.
- Alec voltas-te. Hoje demoraste. – Disse suavemente, quando me viu.
- O mestre quer que eu me controle e encontrei comida muito saborosa. – Rimo-nos.
- Ainda bem. Agora é melhor ires vê-la como ela está, e tenta ganhar a confiança dela, tu és ideal para este trabalho. Ouvi o que ela pensou quando te viu. Sabia que és o vampiro mais bonito que ela viu? Mais bonito que o Edward Cullen? – Riu-se.
Ela pensava isso?
- A serio? – Ri-me, escondendo o nervosismo. Era um Volturi, não podia ficar nervoso! – Vou vê-la. – Disse saindo do salão.
Seth
“A culpa é minha! Eu devia tê-la protegido! Eu devia ter-lhe contado tudo!” – Rugi, deitando abaixo mais uma árvore.
“Nós vamos encontrá-la, Seth.” – Pensou Leah.
“Não estou com ela à 3 dias, 72 horas, 4320 minutos, 259200 segundos!” Pensei apenas para mim, mas claro que os outros ouviram.
“Seth, não te passes! Nós vamos encontrá-la!” – Rugiu-me Jared.
“Eu quero ir buscá-la!”
“Não podemos! Eu também quero, todos queremos! Mas não podemos ir assim, temos que fazer uma estratégia, se formos assim, alguém se pode magoar! Até a Bianca!” – Quando Jake disse o nome dela, uma dor apoderou-se do meu corpo, era como já não tivesse nada, o meu coração estava com ela, sem ela era como se eu não existisse.
Começaram a vir as recordações que tinha dela, os nossos momentos, os nossos beijos, as nossas noites, o dia em que a conheci, veio tudo, senti alguém a retrair-se, vi que era Quil, mas não disse nada, tentei parar aquelas recordações, mas não consegui, Quil rugiu.
“Meu, acalma-te. Ele está a sofrer, estas a ver que ele está a tentar não pensar nisso, mas não consegue, vamos dar-lhe privacidade, tentar pelo menos “ Defendeu-me Jake, pelo menos parecia ele.
Chegámos finalmente à casa dos Cullen e percebemos movimentações e cheiros estranhos, transformamo-nos rapidamente e entrámos. Era apenas o Clã Denali.
- Eles vieram ajudar-nos. – Disse Edward.
- Vocês têm a certeza que foi o Nahuel e os Volturi? – Perguntou Tanya.
Rugi.
- Temos. – Disse a minha irmã, colocando a sua mão no meu ombro.
- Então é estranho o Nahuel continuar a aparecer. – Respondeu.
- Pode estar a tentar confundir-nos. – Disse Leah, novamente.
- E arriscar-se-ria a ficar sem cabeça? Não parece dos Volturi, eles não precisariam disso, mesmo que nós fossemos lá, eles teriam como escapar, e mesmo que sejam eles, duvido que a tenham levado para Volterra, com o Nahuel podem levá-la para qualquer parte do Mundo. – Disse o companheiro de Carmen.
Cai no chão. Ele tinha razão e se eu nunca mais visse a minha princesa? O que eu fazia sem ela? Sem o meu coração? Sem a minha vida?
- Seth, nós vamos encontrá-la. – Respondeu Edward ao meu pensamento.
- Eu tenho saudades dela, do seu sorriso, do seu cheiro, dos ciúmes dela. – Disse entre soluços. - Eu preciso dela! – Gritei partindo a pequena mesa que estava perto de mim.
- Tu vais tê-la contigo em pouco tempo. – Edward e Emment agarravam-me, sentia os olhares de pena dos outros.
- Eu juro-te que ela em pouco tempo estará aqui! – Disse o primo da minha princesa, a tremer.
- Ela faz anos daqui a dois dias. – Disse, para mim próprio.
- Seth, pára! Nós vamos buscá-la! – Gritou-me alguém.
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Capítulo 31, "New Life"
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1 comentário:
o ALec vai.se apaixonar pela Bianaca e o Seth esta a sofrer sem ela.
Adorei.
Beijos
Matilde
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