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quinta-feira, 1 de abril de 2010

As mestiças - 28º capítulo

Eu sei que estão todos há espera deste capítulo e como eu sei que amanhã não poderei postar, aqui fica o 28º capítulo.
Para quem gosta ler, aconselho o livro "Três semanas com o meu irmão" de Nicholas Sparks e Micah Sparks. Não é nenhum romance, mas eu gostei do livro.
Não se esqueçam de comtentar!



Capítulo 28
(Sophie a narrar)

A escuridão estava a levar-me cada vez mais para as profundezas. Cada vez mais profundo… mais profundo… Senti que estava a perder o meus sentidos, o meu corpo… Não Sophie, não te deixes ir! Luta! Pelo Seth! Pela tua família!
Lutar… Uma palavra que em tempos mais antigos me parecia tão fácil. Lembrei-me da primeira vez que o meu pai me treinou…

A primeira luta
-Vá, força Sophie, eu sei que consegues! – incentivava o meu pai, de frente para mim com os braços abertos, há espera de qualquer ataque meu.
-Não consigo, papá! – reclamava eu, exasperada.
-Eu sei que consegues! Lembras-te da primeira vez que seguiste os teus instintos para caçar? Usa isso a teu favor. Eu sei que consegues!
Caçar? Uma coisa fácil, simples, nasceu comigo. Lutar? Bem, se caçar era assim tão fácil, de certeza que lutar não devia ser assim tão difícil! OK, Sophie, foco, O teu pai. Imagina que o teu pai é… uma espécie de monstro devorador que te quer sugar o sangue todo de uma só vez. Esta comparação era estranha, sendo que o meu pai era o vampiro mais lindo que eu já conheci. Não, não, não! Foco, Sophie! Foco!
Investi em frente mas não sei como, tropecei em qualquer coisa e caí mesmo há frente do meu suposto atacante. Suspirei fundo. Lutar não era fácil, nunca foi. Suspirei fundo resignada.
-Levanta-te, Sophie, vamos tentar outra estratégia – incentivava o meu pai, paciente.
-Sim, papá – reclamei eu, levantando-me num ápice. – Então qual é a estratégia seguinte?
-É simples, as noções básicas de luta – disse ele alegre, encolhendo os ombros
Os dias seguintes foram os mais enfadonhos da minha vida. Acordar, caçar, lutar, lutar, lutar, até adormecer. Foi um treino exaustivo, mas saí de lá a saber as coisas básicas de luta. Mas mesmo muito básicas.
Fim do treino da luta
Como tinha deixado de treinar, eu não tinha conseguido lutar contra o Eleazar no dia em que ele descobriu o meu dom.
Não! O Seth precisava de mim para o proteger dos Volturi! `Bora lá Sophie, tu consegues fazer melhor do que isto! Eles precisam de ti! Mais do que pensas! Luta contra as trevas, luta!
Tentei levantar-me, nadar contra a corrente de trevas que passava por mim e me empurrava cada vez mais para a profundidade. Lutei mais. Esperneei os braços, as pernas… Lutei… Eu juro que lutei. Mas eu já estava cansada. Lutar contra aquilo custava mesmo. Mais do que aprender a lutar. Deixei-me levar por breves instantes…

***
Robert Pattinson – Never Think (link)
Girl, save her soul,
Save your soul
Before to you're too far gone
Before nothing can be done

***

-Por favor, não me deixes! – gritava alguém muito à superfície. Eu queria lá chegar, mas não conseguia.
-Ela está a lutar – afirmou uma voz suave e controlada. – Confia nela, Seth.
Seth? Onde é que ele está? Preciso dele!
-Ele está aqui, ao teu lado – voltou a falar aquela voz suave. – Só luta. Sei que o que te estou a pedir é difícil, mas luta. Luta por ele. Por todos nós.
Edward! Mas é claro que era ele! Como é que não o tinha reconhecido antes? Espera, o meu cérebro está a funcionar, então, porque é que eu não consigo mover um músculo sequer?
-A morfina – respondeu-me Edward. – Ela não te deixa sentires nada.
“Ok, então significa que eu estou viva?”, pensei por pensamento. Sabia que Edward iria ouvir-me.
-Sim, estás. Carlisle, ela está a recuperar a consciência. O que e que fazemos?
Houve uma pausa breve, e depois, Edward respondeu:
-OK, eu mesmo dou-lhe.
Dar-me? Mas dar-me o quê? O que é que me vão fazer? O que é que se passa? Porquê que eu não consigo abrir os olhos? O que é que se passa? “Edward? Eu sei que me ouves, o que é que se passa? O que é que me vais dar?”
-Apenas mais uma dose de morfina, nada de especial. Precisas de dormir para recuperar.
“Diz-lhe que o amo.”, pedi-lhe. Ele sabia muito bem a quem me referia: a Seth.
-Ela diz que te ama – falou Edward.
-Ela também me consegue ouvir? – perguntou Seth.
Ouvi o arrastar de uma cadeira e uma aproximação. Um corpo quente mas… mas que coisa, eu não conseguia cheirar o seu cheiro a madeira e musgo tão característico dele! Que raios! Não quero a morfina! Quero o Seth!
-Pareces uma criança pequena, Sophie – gargalhou Edward. – Com medo de uma seringa!
Seringa? “Não quero, Edward! Livra-te de ma dares! Eu mato-te mais tarde!”
-Quando? É só combinares a data! Espera… a Alice não viu nada, por isso, é uma ameaça sem efeito!
E como se não bastasse, voltou a dar uma gargalhada! Como aquela gargalhada me lembrava a Nessie. Tão parecida com a dela… “Como é que ela está, Edward?”
-A recuperar, como tu.
“E os outros? O Carlisle já voltou?”
Houve um silêncio constrangedor. Percebi que algo estava errado. “Edward? O que é que se passa?”
-Edward? O que está a acontecer? – perguntou Seth.
-Inacreditável… - sussurrou Edward, espantado.
“Importas-te de me explicar tudo o que está a acontecer e eu não vejo?”
-O teu corpo está a regenerar-se. Eu diria que já não precisas de mais morfina.
O quê? O meu corpo a regenerar-se rapidamente? Isso era impossível! Nenhum humano era capaz de fazer isso! Esquece Sophie, tu não és humana. És só um pouco humana. Cerca de 40%.
Comecei a sentir os meus pés, as minhas pernas, os meus braços, o meu tronco, o meu pescoço, a minha cabeça. Já tinha passado o efeito da morfina. Aleluia! Estou livre! Mas… algo estava errado. Eu sentia como se o meu corpo estivesse dorido. Como se eu tivesse sido passada a ferro (desculpem, mas eu adoro esta expressão) por algum camião. Sentia-me assim. Era uma coisa estranha.
-Queres mais morfina? – inquiriu Edward, e eu senti que já podia falar com a minha própria voz.
-Não é preciso. Eu estou bem – respondi-lhe serenamente.
Respirei profundamente e senti o cheiro que tanto queria: o de Seth. Não sei porquê mas a sua presença acalmava-me profundamente. As saudades que tinha em abraçá-lo! OK, acalma-te! Primeiro passo: abrir os olhos; segundo passo: levantar-me desta cama (sim, eu sempre tive a noção que estava deitada); terceiro passo: abraçar o Seth.
-O que é que se passa? – perguntou Seth nervoso. Meu Deus, eu tinha um namorado que devia sofrer por antecipação!
Mas por outro lado percebia-o. Eu já tinha falado e o Edward disse que eu já não precisava de mais morfina.
-Está tudo bem, Seth – acalmei-o. – Eu já vou aí ter contigo. Peço-te três segundos.
-Está bem.
Abri os olhos (segundo nº 1), saltei daquela cama e não senti qualquer tipo de tonturas (segundo nº2 e 2º passo efectuados) e assim que o vi abracei-o ternamente (segundo nº3 e 3º passo concluído).
-Nunca mais me voltes a pregar-me um susto destes! – pediu ele, apoiando o seu queixo na minha cabeça.
-Prometo – jurei.
Lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto de tanta emoção.
-Até já, Soph, Seth… - despediu-se Edward desaparecendo do meu ângulo de visão.
-Tive tantas saudades tuas! – exclamou Seth abraçando-me ainda mais, no seu típico abraço de urso.
-Eu também – confessei. – Foste a única razão pela qual eu lutei. Por ti, e pela nossa família.
Ele afastou-se de mim, mas mantendo as suas mãos nos meus ombros.
-Eu amo-te – disse ele.
OK, se as lágrimas já estavam a escorrer, agora mais parecia um rio com um caudal enorme a serpentear pelas montanhas a alta velocidade.


1 comentário:

Unknown disse...

Ela nao morreu!!!!! Viva!!!!!! amei o capitulo! continua, continua, CONTINUAAA!!!!!!!!
x'D