A Cura - 6º Capítulo

6º Capítulo

Me sinto uma retardada e completamente perdida.
O cara é loucamente apaixonado por mim e eu não tenho coragem de me jogar em seus braços e deixá-lo me fazer feliz.
Será que se eu deixar ele entrar na minha vida aos poucos,me curo desse maldito medo?
Eu queria tanto voltar a ser aquela garota normal novamente.
Só não sei como vou fazer isso acontecer,mas vou fazer.

Cheguei em casa e os meus pais estão abraçados vendo TV,namorando como sempre eles fazem,quando estão sozinhos.

Não anuncio a minha presença,simplesmente vou para a cozinha e preparo um sanduíche para mim.

Ouso passos e me assusto,deixando cair a faca.

É somente a minha mãe,ela quando me vê abre um enorme sorriso.

-Como foi a seção?-Pergunta mexendo em meu cabelo.

-Boa.-Disse simplesmente.

-Está se sentindo à-vontade com a Sarah?-Pergunta.

-Estou sim,ela é legal.-Disse e mordi o sanduíche.

-Que bom!-Disse animada.-Coma e vá descansar.-Disse e eu concordei com o rosto.

Comi meu sanduíche,porém estava na larica e acabei comendo outro,devorar é a melhor expressão do que comer.

Tomei um banho e me deitei,rezando para que os sonhos não me alcancem novamente.

Estou na praia,fazendo um castelinho de areia,ao lado de Jake,ele está sorrindo,afinal acabei de chagar para as férias e vamos nos divertir bastante.

-Jake por que não fica com seus outros amigos?-Pergunto.

-Vejo eles todo santo dia na escola Nessie,já você.-Ele para amargurado.-Só vejo de meses em meses,quero aproveitar sua companhia o máximo que posso.-Esclareceu.

-Ta certo.-Disse e continuamos montando nosso castelinhos.

Brincando e jogando água um no outro,vejo nossos pais nos observando numa barraca e conversando animadamente.

-Minha mãe me disse que um dia acabo namorando você.-Disse sorrindo.

-Você queria namorar comigo?-Pergunto.

Jake ficou envergonhado e começou uma guerra de areia comigo,desmanchando todo o seu castelinhos,o que foi uma pena,por que estava muito bonito.

Ficamos brincando.

Quando ouso alguém gemendo em meu ouvido.

Percebo que estou sendo espancada e que o senhor Jonson está me estocando cada vez mais rápido,meu corpo doe,estou enjoada de mim mesma.

-Como é gostosa a sua boceta.-Disse tentando tomar meus lábios.

Acordo berrando.

Quando isso vai parar?

Quando essa dor vai ser arrancada do meu peito?

Peguei uma roupa qualquer e sai pela janela da casa,eu quero sair e se possível ficar debaixo do primeiro caminhão que aparecer na minha frente,vou andando pelas ruas de La Push e compro uma garrafa de vodka.

Acabo indo parar na praia e bebendo todas e mais algumas.

Quando estou bêbada me sinto mais leve.

Os meus problemas somem,viram poeira,nada de senhor Jonson,me estuprando,roubando a minha virgindade e a minha paz,a minha sanidade.

Foi ai que senti alguém se aproximar.

Olho para o lado e vejo Leah.

Trazendo consigo uma garrafa de vodka.

-Vejo que é das minhas.-Disse se sentando ao meu lado.

Para tudo!

Posso estar bêbada,mas essa garota não me odeia?

O que ela está fazendo aqui comigo?

Acho que tem pena de mim,todo mundo tem pena de mim,até eu mesma tenho pena de mim.

-Que seja.-Disse dando de ombros e dando um gole.

-O que faz aqui sozinha?-pergunta bebendo.

-Quero esquecer meus problemas.-Disse.-Me afogar quem sabe.-Disse e encarei seus olhos azuis.

Ela sorrio.

-Seria um desperdício.-Falou séria e parece me analisar.

Acho que eu to vendo coisas.

Leah ta me cantando?

Ou é impressão minha?

Deve ser o álcool só pode,dou um golão na vodka e ela faz o mesmo.

-Tem problemas com relacionamentos com homens?-Pergunta.

-Tenho medos deles.-Disse e a encaro.

-Deixa eu te curar?-Pergunta se aproximando.

-Como?-Não to entendendo,ou eu to,ela não gostava do Jacob?

-Deixa eu te curar-Falou e passou a mão em seu rosto.-Posso te ajudar,deixa eu te amar.-Disse e colou seus lábios nos meus.

Aproveitando cada canto da minha boca,como se fosse o ultimo segundo da sua vida,prendendo os meus cabelos com seus dedos e me puxando mais para perto dela.

Sua língua pediu passagem e eu dei,meio sem saber o que fazer,deixei ela explorar cada canto da minha boca,um beijo apaixonado,me senti amada.

Só que isso é estranho pacas.

Foi parando o beijo,quando percebeu que eu só correspondia e não sentia.

Afastei meu rosto do dela e me levantei meio que cambaleando.

-Não joga do meu time né?-Pergunta.

-Não.-Disse a encarando.

-Tudo bem.-Disse triste.-Se mudar de idéia,eu to aqui.-Disse e eu dei mais um gole de vodka e sai sem dizer nenhuma palavra.

Me senti uma miserável.

Não por não jogar no time dela e sim por não conseguir dar amor ou pelo menos um fora decente nas pessoas.

Fui caminhando pela areia quando avisto Jacob,desesperado,correndo vindo em minha direção.

Deixei a garrafa na areia e dei um mergulho no mar.

-NESSIE!-Gritou vindo em minha direção.

Não nadei;

Não boiei;

Apenas me deixei levar pela água.

Posso sentir braços fortes e extremamente musculosos me puxando para fora da água.

Me sinto carregada,porém não consigo protestar,somente senti.

Me sinto segura nos braços dele e o medo vai desaparecendo aos poucos,não sei como aconteceu,mas aconteceu.

-Nessie,por favor,fala comigo.-Disse me pondo na areia.-Por favor meu amor,fala comigo.-Disse tentando me acordar.

Não consigo falar engoli muita água e sinto a inconsciência chegando.

Foi então que senti seus lábios carnudos e extremamente convidativos nos meus,me fazendo respiração boca,boca.

E suas mãos tentando despertar meu coração.

Foi então que consegui deixar toda a água salgada sair pela minha boca e ele se afastou.

Cambaleei para o lado e comecei a tossir muito,vomitando praticamente a água.

-Você está bem?-Pergunta preocupado.

Me sento e continuo tossindo.

Ele está desesperado tentando me ajudar sem me tocar,porém sinto algo estranho,algo que nunca senti na minha vida.

Levo a mão a boca e ele me encara sentindo culpa.

-Desculpe foi preciso.-Disse com uma voz de lamento.-Eu sei que descumprir minha promessa,só que você iai morrer.-Falou e eu o encarei.

Seus olhos estão cheios de lágrimas e me senti culpada novamente.

Culpada por fazê-lo sofrer,quando só gosto de ver ele sorrindo e não chorando.

Eu queria morrer,ou eu quero morrer?

Não sei ao certo mais.

Deveria ser o certo,acabar de uma vez com essa vida miserável,esses sentimentos obscuros que me preenchem e que me levam ao desespero.

Talvez só assim possa parar de fazer os outros sofrerem por mim.

Ou faça,como vejo agora,sofrerem ainda mais com a minha decisão.

Vejo isso nos olhos de Jacob,ele precisa de mim,só que eu preciso ainda mais dele,me sinto segura com ele.

-Não faz mais isso,eu preciso de você.-Disse desesperado.

-Eu preciso mais de você do que você de mim.-Disse e ele fica sem entender.

Ele é a minha cura.