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sábado, 21 de novembro de 2009

As mestiças - 8º capítulo 2º parte

Os soluços irromperam e as lágrimas escorreram pela minha face com mais velocidade. Seth não disse nada. Ficou calado, a olhar para a estrada com os músculos tensos.
-Diz qualquer coisa! – implorei – Responde ás minhas perguntas! Porquê que não falas? É porque é verdade, não é? Explica-me como aconteceu, por favor! Não aguento mais isto. Fala!
Agora eu estava quase a gritar. Estava em pânico. Achei que Seth se ia transformar logo ali, porque ele estava a tremer todo. Num acto instintivo pousei a minha mão no ombro dele e os tremores abrandaram.
-Podemos falar disto em casa? - pediu-me – Se o Jacob e a Nessie estiverem ao pé de nós será mais fácil para mim.
Acenei com a cabeça. Definitivamente seria mais fácil. Teria o apoio de toda minha família e talvez Jacob podia esclarecer algumas coisas.
-Posso só fazer-te uma pergunta? – não esperei para ele falar – Eu sou … eu sou a tua… eu… eu sou a tua i-i-impre…
-Sim, és – disse ele. Parecia que queria controlar a sua voz, mas não consegui perceber o porquê disso. Ele começou a tremer, mas desta vez nem o meu toque o acalmou.
-Seth, pára o carro – disse com um nó na garganta, que fez a minha voz soar abafada. -SETH!
Ele encostou o carro há berma da auto-estrada. Respirei fundo e saí do carro. Dei a volta ao carro dos meus sonhos e abri a porta dele. Ele ainda estava a tremer. Não estava preparada para ver uma transformação de pessoa em lobisomem. Virei a cara dele de maneira a poder encarar-me e meti as minhas mãos de cada lado do seu rosto. Eu queria abraçá-lo e dizer-lhe que ia ficar tudo bem, mas eu não me conseguia mexer. Em vez disso falei:
-Pára Seth, OK? Vai ficar tudo bem; nós vamos ficar bem.
Ele fechou os olhos com força. Não sabia o que fazer. Ligar a Nessie? Não me parecia. O que é que lhe diria? “Oi Nessie, tudo bem? Olha é só para dizer que o Seth está a tremer dos pés há cabeça e eu não sei o que fazer”. Soava mal e desajustado. Estávamos os dois ali sozinhos e não havia volta a dar. Ele abriu os olhos e encarou-me. Estavam em chamas.
-Tu não me queres. Por isso pára de dizer que vais estar tudo bem, OK? PÁRA DE DIZER QUE VAI FICAR TUDO BEM PORQUE NÃO VAI! PERCEBES?! NÃO VAI!
Fiquei em choque. Ele tinha gritado comigo. Afastei-me dele, desta vez também a tremer, mas de medo. O que é que havia de fazer? Nada. Ou melhor, deixar ele transformar-se e depois matar-me. Não era tão dura e forte como um vampiro, por isso seria fácil para ele. Ele saiu do carro, agora calmo; pelo menos não tremia. Aproximou-se de mim e gemi, abraçando o meu peito com os braços. Ele abraçou-me com força (via-se que não estava habituado a estas situações embaraçosas) e por estranho que pareça senti-me relaxada. As lágrimas voltaram a cair--me pelo rosto e os soluços recomeçaram (naquela noite estava a chorar muito).
-Desculpa – disse Seth com os lábios encostados ao meu cabelo – Não devia ter gritado contigo.
Ele tentou largar-me, mas eu desenrolei os meus braços e meti-os há volta da sua cintura.
-Não me deixes – pedi-lhe num sussurro rouco.
Ele abanou a cabeça e disse-me:
-Nunca.
O meu choro terminou e afastei-me dele. Ele fitava-me com curiosidade. Os seus olhos já não estavam em chamas como estavam há bocado. Os seus olhos reflectiam os meus.
-Devíamos voltar – disse-lhe.
Ele acenou com a cabeça e virou-se. Seguiu-o. Parou em frente há porta do condutor e perguntou:
-Queres ser tu a conduzir?
-Não – respondi-lhe – Não quero que notem o que se passou.
Ele encolheu os ombros e sentou-se no seu lugar, ligando o carro. Corri para me sentar do lado do pendura. Ele acendeu os faróis e entrámos na auto-estrada a alta velocidade.

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