Conta decrescente para a luta!
Faltam apenas cinco dias para o fim da minha vida neste mundo. Ultimamente tenho ficado numa espécie de “retiro de silêncio” no quarto do Edward conversando muito poucas vezes. No entanto, não estava apenas a olhar para o vazio: estava a treinar o meu escudo. Tentava extraí-lo sem a situação de luta e estava a sair-me muito bem.
-Sophie – chamou a Nessie da ombreira do quarto. – Vamos caçar qualquer coisa. Queres vir?
-Não, vou amanhã e na véspera.
-OK, tu é que sabes – disse ela e saiu do quarto.
Fechei os olhos e voltei a concentrar-me no meu escudo.
-Sophie, não podes ficar assim – disse Bella encostando-se a mim.
O meu escudo não funcionava com ela (ou seja, se quisesse lutar com a Bella, tinha que ser com as minhas próprias mãos), mas ele conseguia protegê-la.
-Bella? Estive a pensar se… os nossos escudos juntos não funcionarão melhor – disse.
-Como assim?
-Se juntarmos os escudos, seremos invencíveis. Até mesmo aos Volturi – sussurrei.
Não queria que ninguém nos ouvisse.
-Podes expandir o teu escudo para ninguém nos ouvir?
-Sim, posso. Já está.
-OK – disse. – Eu estive a pensar que se usarmos o teu, seremos invencíveis a qualquer ataque mental, e com o meu, seremos invencíveis a qualquer ataque físico.
Ela ponderou durante uns minutos e depois disse:
-Tenho que falar com o Edward sobre isto.
-Não! – quase gritei. – Não lhe contes nada. Se ele descobrir… o nosso plano vai por água abaixo. É pela nossa família que faremos isto. Quando chegar o dia.
-OK. Precisas de mais alguma coisa minha?
-Preciso que jures – fui directa. Sabia que ela queria correr para o Edward e dizer-lhe o que me estava a passar na cabeça. Para o Edward, aquela ideia maluca, não passaria de um pensamento.
-Prometo que não contarei a ninguém o nosso plano – disse ela.
-Ainda bem. Há, e vens caçar comigo na véspera?
-Sim, posso ir.
***
-É já depois de amanhã – sussurrei abraçando-me mais a Seth.
-Pois é. Não te preocupes, vai correr tudo bem.
-Oh, eu sei. Contigo ao meu lado, vai correr tudo bem – disse aproximando-me dos seus lábios e beijando-os carinhosamente.
-Olá – interrompeu a Alice entrando no nosso quarto.
-Alice? – perguntou Seth afastando-me dele. – Como é que atravessaste a fronteira?
-Oh, o Sam é muito fixe nessas coisas. Deixou-me passar – explicou ela de um só fôlego.
-E podemos saber porque é que estás aqui? – perguntei-lhe.
-Uma só palavra: compras! – exclamou sentando-se na nossa cama.
OK. Eu sei que a Alice é a Alice, mas… compras? Como é que ela consegue pensar em compras sabendo que nós estamos com tanta pressão? Isto é impossível. Apetecia-me zangar com ela, dizer-lhe que parecia uma miúda que não pensava na consciência dos seus actos, mas quando olhei para a cara dela não fui capaz de lhe dizer uma só palavra daquilo que eu queria.
-Alice… não. Eu quero aproveitar este tempo com o Seth.
-Não. Eu não consigo prever o futuro da luta para a frente, por isso, eu quero passar algum tempo com a minha sobrinha e a minha… sobrinha emprestada?
Soltei uma gargalhada, mas insisti:
-Alice, não. A sério, não insistas.
Ele fez cara de cachorrinho mal morto, e depois disse, muito triste:
-Está bem. Já percebi que preferes o Seth a mim.
-Pois, está bem. E entre eu e o Jasper, quem é que escolhes?
Ela não respondeu, limitou-se apenas a encolher os ombros. Saiu do quarto e voltei a beijar Seth mas depois parei e fiquei a contemplar os seus olhos castanhos-escuros brilhantes. Neles via o amor que ele tinha por mim. Ele amava-me, não tinha dúvidas disso. Agora a questão era, mesmo depois da morte, será que ele também me amaria?
-Seth? Tu gostas de mim?
-Que pergunta é essa? Eu amo-te mais do que todo o Universo – declarou.
Fechei os olhos e deitei a cabeça no seu peito. Era muito bom ouvir o bater do seu coração.
-Sophie – suspirou ele. – Tenho uma coisa para te dar.
Levantou-se e foi até ao roupeiro, tirou de lá dentro uma caixa de veludo preta, grande e volumosa.
-Sophie Cullen – disse ele pondo-se de joelhos. – Eu queria que tu usasses isto todos os dias do resto da tua vida.
Ele abriu a caixa e eu só vi brilhantes. Era um conjunto lindo: um colar, um anel, uns brincos e uma pulseira, tudo em diamante.
-Seth, onde…como…quer dizer, ganhaste a lotaria? Pior, assaltaste um banco!?
Ele riu-se.
-Não. Digamos que… o Ed deu-me um empréstimo.
-O. M. G – foi tudo o que consegui dizer.
-Eu sei. Vou ficar o resto da eternidade a pagar o empréstimo, mas isso agora não interessa. Eu ainda não acabei o meu discurso.
-E qual é o teu discurso?
-Vou começar – avisou ele. – Sophie Cullen, eu amo-te. Amo-te de uma maneira inimaginável e impossível para um simples ser humano mortal amar. Era suposto eu apenas dar-te isto no dia em que te pedisse em casamento, mas agora que não sabemos o nosso destino, decidi dar-te agora porque eu quero que, se partires, tenhas uma marca física do meu amor por ti.
Os meus olhos estavam marejados de lágrimas e durante muito tempo apenas fiquei a mirar os olhos de Seth e o conjunto.
-Hello? Seth chama Soph há Terra – sussurrou ele ao meu ouvido.
-Eu estou aqui – respondi. – Eu só… não tenho palavras. Estou sem elas – meti as minhas mãos nas suas bochechas, delicadamente. – Eu adorei a prenda. Não vou dizer que a amei, porque a única coisa que eu amo, és tu. Mais ninguém.
Beijou-me de uma forma… única. Profunda, com amor, entrega, desejo.
-Seth, as jóias – avisei-o pegando na caixa que ela ainda tinha nas mãos.
Tirei os brincos com o brasão da minha família e o colar que ele me tinha dado com o brasão dos lobisomens. Peguei nos brincos e na pulseira e meti-os logo.
-Queres colocar o colar e o anel? – perguntei-lhe.
-Claro.
Ele meteu-me o colar e depois ficou a olhar para o anel.
-Que foi?
-Nada – disse ele rapidamente e colocando o anel no dedo que seria suposto estar a aliança de noivado.
-Temos que ir. O Eleazar já deve de estar há nossa espera – disse.
-Ah, pois, esqueci-me que ainda tens treino.
Pegou-me na mão e fomos os dois a correr até à clareira. E mais um dia se passou rapidamente.
***
Dez veados e um leão. Foi o que cacei a tarde toda. Eu, o Edward, o Emmett e a Nessie fomos todos para bem longe de Forks, caçando sempre que apanhávamos algum lugar que daria para caçar discretamente. Voltámos e deixámos o jipe do Emmett na garagem. Olhei um última vez para a casa e fomos para a clareira onde eles tinham enfrentado os Volturi à sete anos atrás.
-A que horas é que a Rose chega? – perguntei ao Edward.
-Pouco tempo. Consigo ouvir os pensamentos dela. Não deve de estar longe.
-Obrigada.
Recolhi-me na tenda que o Jacob e o Seth tinham construído para mim e para a Nessie.
-O que é que se passa? – perguntou ela entrando de rompante na minha divisória. – Estás… estranha.
-Só estou nervosa, só isso – menti. Quer dizer, não menti propriamente dito, porque eu estava nervosa, mas isso só ocupava 1% da minha mente naquele momento.
-Como queiras – disse ela encolhendo os ombros. – Eu vou estar com o Jake na divisória ao lado.
-Oh, por favor, diz-me que não vais fazer coisas indevidas – disse eu rapidamente e batendo com a mão na minha cabeça e desmaiando para trás teatralmente.
-Por favor, Sophie. Poupa-me a tanto alarido. Como se tu e o Seth nunca tivessem feito isso.
-Pois, está bem. Mas foi sem público – acrescentei rapidamente.
-Vou fingir que acredito. Achas que a Leah nunca vou ouviu? – espicaçou ela.
-A sério? – perguntei-lhe levantando-me rapidamente.
-Sim. O Jacob contou-me. Foi preciso uma ordem de Alpha para os parar de brigarem.
-OMG – foi tudo o que consegui dizer.
-Podes crer. Ainda bem que o Jacob é cuidadoso com os pensamentos dele. Anos e anos de prática.
-Imagino. Não deve de ser fácil amar uma pessoa que tem um pai que lê mentes.
Ela deu uma gargalhada e recolheu-se na divisória dela. Deitei-me no saco de cama e fechei os olhos por breves momentos, mas fui interrompida pela Rose:
-Soube que querias falar comigo.
Levantei-me e fitei-a. Ela tinha os olhos muito dourados e neste momento estavam curiosos.
-Sim – confirmei. – Mas não aqui. Vamos dar um passeio.
Saímos da tenda e fomos andando calmamente por dentro da vegetação.
-Rose – comecei. – tu és, neste momento a pessoa em quem mais confio para te fazer esta pergunta.
-Pergunta o que quiseres – disse ela olhando o céu que estava coberto pelas folhas das árvores.
-C-como é que foi à sete anos atrás? O meu … pai só me contou que vocês eram uns heróis porque enfrentaram os Volturi, mas eu preciso de pormenores. O que realmente aconteceu?
-Vou contar-te tudo.
2 comentários:
Adorei muito fixe estou ansiosa para a batalha
Adorei!!! a Alice a quer fazer comprar???!! OMG
como e' que a sophie vai reagir quando souber o que aconteceu??!! estou ansiosa para saber. posta o mais rapidamente possível pff!!
Beijos
Matilde
Enviar um comentário