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sábado, 29 de maio de 2010

As mestiças - 36º capítulo

Conta decrescente para a luta!

Capítulo 36


Faltam apenas cinco dias para o fim da minha vida neste mundo. Ultimamente tenho ficado numa espécie de “retiro de silêncio” no quarto do Edward conversando muito poucas vezes. No entanto, não estava apenas a olhar para o vazio: estava a treinar o meu escudo. Tentava extraí-lo sem a situação de luta e estava a sair-me muito bem.

-Sophie – chamou a Nessie da ombreira do quarto. – Vamos caçar qualquer coisa. Queres vir?

-Não, vou amanhã e na véspera.

-OK, tu é que sabes – disse ela e saiu do quarto.

Fechei os olhos e voltei a concentrar-me no meu escudo.

-Sophie, não podes ficar assim – disse Bella encostando-se a mim.

O meu escudo não funcionava com ela (ou seja, se quisesse lutar com a Bella, tinha que ser com as minhas próprias mãos), mas ele conseguia protegê-la.

-Bella? Estive a pensar se… os nossos escudos juntos não funcionarão melhor – disse.

-Como assim?

-Se juntarmos os escudos, seremos invencíveis. Até mesmo aos Volturi – sussurrei.

Não queria que ninguém nos ouvisse.

-Podes expandir o teu escudo para ninguém nos ouvir?

-Sim, posso. Já está.

-OK – disse. – Eu estive a pensar que se usarmos o teu, seremos invencíveis a qualquer ataque mental, e com o meu, seremos invencíveis a qualquer ataque físico.

Ela ponderou durante uns minutos e depois disse:

-Tenho que falar com o Edward sobre isto.

-Não! – quase gritei. – Não lhe contes nada. Se ele descobrir… o nosso plano vai por água abaixo. É pela nossa família que faremos isto. Quando chegar o dia.

-OK. Precisas de mais alguma coisa minha?

-Preciso que jures – fui directa. Sabia que ela queria correr para o Edward e dizer-lhe o que me estava a passar na cabeça. Para o Edward, aquela ideia maluca, não passaria de um pensamento.

-Prometo que não contarei a ninguém o nosso plano – disse ela.

-Ainda bem. Há, e vens caçar comigo na véspera?

-Sim, posso ir.



***

-É já depois de amanhã – sussurrei abraçando-me mais a Seth.

-Pois é. Não te preocupes, vai correr tudo bem.

-Oh, eu sei. Contigo ao meu lado, vai correr tudo bem – disse aproximando-me dos seus lábios e beijando-os carinhosamente.

-Olá – interrompeu a Alice entrando no nosso quarto.

-Alice? – perguntou Seth afastando-me dele. – Como é que atravessaste a fronteira?

-Oh, o Sam é muito fixe nessas coisas. Deixou-me passar – explicou ela de um só fôlego.

-E podemos saber porque é que estás aqui? – perguntei-lhe.

-Uma só palavra: compras! – exclamou sentando-se na nossa cama.

OK. Eu sei que a Alice é a Alice, mas… compras? Como é que ela consegue pensar em compras sabendo que nós estamos com tanta pressão? Isto é impossível. Apetecia-me zangar com ela, dizer-lhe que parecia uma miúda que não pensava na consciência dos seus actos, mas quando olhei para a cara dela não fui capaz de lhe dizer uma só palavra daquilo que eu queria.

-Alice… não. Eu quero aproveitar este tempo com o Seth.

-Não. Eu não consigo prever o futuro da luta para a frente, por isso, eu quero passar algum tempo com a minha sobrinha e a minha… sobrinha emprestada?

Soltei uma gargalhada, mas insisti:

-Alice, não. A sério, não insistas.

Ele fez cara de cachorrinho mal morto, e depois disse, muito triste:

-Está bem. Já percebi que preferes o Seth a mim.

-Pois, está bem. E entre eu e o Jasper, quem é que escolhes?

Ela não respondeu, limitou-se apenas a encolher os ombros. Saiu do quarto e voltei a beijar Seth mas depois parei e fiquei a contemplar os seus olhos castanhos-escuros brilhantes. Neles via o amor que ele tinha por mim. Ele amava-me, não tinha dúvidas disso. Agora a questão era, mesmo depois da morte, será que ele também me amaria?

-Seth? Tu gostas de mim?

-Que pergunta é essa? Eu amo-te mais do que todo o Universo – declarou.

Fechei os olhos e deitei a cabeça no seu peito. Era muito bom ouvir o bater do seu coração.

-Sophie – suspirou ele. – Tenho uma coisa para te dar.

Levantou-se e foi até ao roupeiro, tirou de lá dentro uma caixa de veludo preta, grande e volumosa.

-Sophie Cullen – disse ele pondo-se de joelhos. – Eu queria que tu usasses isto todos os dias do resto da tua vida.

Ele abriu a caixa e eu só vi brilhantes. Era um conjunto lindo: um colar, um anel, uns brincos e uma pulseira, tudo em diamante.

-Seth, onde…como…quer dizer, ganhaste a lotaria? Pior, assaltaste um banco!?

Ele riu-se.

-Não. Digamos que… o Ed deu-me um empréstimo.

-O. M. G – foi tudo o que consegui dizer.

-Eu sei. Vou ficar o resto da eternidade a pagar o empréstimo, mas isso agora não interessa. Eu ainda não acabei o meu discurso.

-E qual é o teu discurso?

-Vou começar – avisou ele. – Sophie Cullen, eu amo-te. Amo-te de uma maneira inimaginável e impossível para um simples ser humano mortal amar. Era suposto eu apenas dar-te isto no dia em que te pedisse em casamento, mas agora que não sabemos o nosso destino, decidi dar-te agora porque eu quero que, se partires, tenhas uma marca física do meu amor por ti.

Os meus olhos estavam marejados de lágrimas e durante muito tempo apenas fiquei a mirar os olhos de Seth e o conjunto.

-Hello? Seth chama Soph há Terra – sussurrou ele ao meu ouvido.

-Eu estou aqui – respondi. – Eu só… não tenho palavras. Estou sem elas – meti as minhas mãos nas suas bochechas, delicadamente. – Eu adorei a prenda. Não vou dizer que a amei, porque a única coisa que eu amo, és tu. Mais ninguém.

Beijou-me de uma forma… única. Profunda, com amor, entrega, desejo.

-Seth, as jóias – avisei-o pegando na caixa que ela ainda tinha nas mãos.

Tirei os brincos com o brasão da minha família e o colar que ele me tinha dado com o brasão dos lobisomens. Peguei nos brincos e na pulseira e meti-os logo.

-Queres colocar o colar e o anel? – perguntei-lhe.

-Claro.

Ele meteu-me o colar e depois ficou a olhar para o anel.

-Que foi?

-Nada – disse ele rapidamente e colocando o anel no dedo que seria suposto estar a aliança de noivado.

-Temos que ir. O Eleazar já deve de estar há nossa espera – disse.

-Ah, pois, esqueci-me que ainda tens treino.

Pegou-me na mão e fomos os dois a correr até à clareira. E mais um dia se passou rapidamente.

***

Dez veados e um leão. Foi o que cacei a tarde toda. Eu, o Edward, o Emmett e a Nessie fomos todos para bem longe de Forks, caçando sempre que apanhávamos algum lugar que daria para caçar discretamente. Voltámos e deixámos o jipe do Emmett na garagem. Olhei um última vez para a casa e fomos para a clareira onde eles tinham enfrentado os Volturi à sete anos atrás.

-A que horas é que a Rose chega? – perguntei ao Edward.

-Pouco tempo. Consigo ouvir os pensamentos dela. Não deve de estar longe.

-Obrigada.

Recolhi-me na tenda que o Jacob e o Seth tinham construído para mim e para a Nessie.

-O que é que se passa? – perguntou ela entrando de rompante na minha divisória. – Estás… estranha.

-Só estou nervosa, só isso – menti. Quer dizer, não menti propriamente dito, porque eu estava nervosa, mas isso só ocupava 1% da minha mente naquele momento.

-Como queiras – disse ela encolhendo os ombros. – Eu vou estar com o Jake na divisória ao lado.

-Oh, por favor, diz-me que não vais fazer coisas indevidas – disse eu rapidamente e batendo com a mão na minha cabeça e desmaiando para trás teatralmente.

-Por favor, Sophie. Poupa-me a tanto alarido. Como se tu e o Seth nunca tivessem feito isso.

-Pois, está bem. Mas foi sem público – acrescentei rapidamente.

-Vou fingir que acredito. Achas que a Leah nunca vou ouviu? – espicaçou ela.

-A sério? – perguntei-lhe levantando-me rapidamente.

-Sim. O Jacob contou-me. Foi preciso uma ordem de Alpha para os parar de brigarem.

-OMG – foi tudo o que consegui dizer.

-Podes crer. Ainda bem que o Jacob é cuidadoso com os pensamentos dele. Anos e anos de prática.

-Imagino. Não deve de ser fácil amar uma pessoa que tem um pai que lê mentes.

Ela deu uma gargalhada e recolheu-se na divisória dela. Deitei-me no saco de cama e fechei os olhos por breves momentos, mas fui interrompida pela Rose:

-Soube que querias falar comigo.

Levantei-me e fitei-a. Ela tinha os olhos muito dourados e neste momento estavam curiosos.

-Sim – confirmei. – Mas não aqui. Vamos dar um passeio.

Saímos da tenda e fomos andando calmamente por dentro da vegetação.

-Rose – comecei. – tu és, neste momento a pessoa em quem mais confio para te fazer esta pergunta.

-Pergunta o que quiseres – disse ela olhando o céu que estava coberto pelas folhas das árvores.

-C-como é que foi à sete anos atrás? O meu … pai só me contou que vocês eram uns heróis porque enfrentaram os Volturi, mas eu preciso de pormenores. O que realmente aconteceu?

-Vou contar-te tudo.

2 comentários:

C@rolina disse...

Adorei muito fixe estou ansiosa para a batalha

Anónimo disse...

Adorei!!! a Alice a quer fazer comprar???!! OMG
como e' que a sophie vai reagir quando souber o que aconteceu??!! estou ansiosa para saber. posta o mais rapidamente possível pff!!
Beijos
Matilde