Capítulo 24
- Está tudo bem, princesa, foi só um sonho. - Sussurrou o meu amor, enquanto beijava o cimo da minha testa.
Tudo aquilo não tinha passado de um sonho, toda aquela dor não passara de um simples e estúpido sonho. Ele estava ali deitado, ao meu lado, seguro e feliz. Lágrimas começaram a transbordar dos meus olhos escuros.
- Calma, princesa. Estou aqui, está tudo bem. – Abraçou-me. – Queres contar-me o teu sonho?
- Foi uma estupidez. Sonhei que os Volturi - Estremeci ao pronunciar o nome. - te raptavam, e tu ias morrer. – Mal acabei de responder, ele beijou-me os caracóis.
- Princesa, não é a primeira vez que sonhas ou pensas nisso, pois não? Tens andado tão estranha…
- Não, a primeira vez foi no hospital, sonhe que tu e todos os outros estavam lá e que estavam a tentar arranjar uma solução para me tirarem daqui, porque tinham morto um Volturi, desde então tenho pensado nisso e agora, tive a continuação do sonho…- Escondi ainda mais a minha cara no seu quente peito.
- Princesa, foi mesmo só um sonho, nenhum de nós matou um Volturi, não te preocupes e mesmo que o tivessemos feito, nunca deixaria que ficasses em perigo. - Ele pensava que eu tinha medo por mim?!?
- Seth, tu não percebes que eu não tenho medo por mim! Eu tenho medo por vocês todos, nunca viveria sem ti…- Ele silenciou-me com dois dos seus quentes e belos dedos, como sempre fazia quando me queria calar.
- Isso nem é discutível. Mesmo que me acontecesse alguma coisa. - Estremeci. - Tu nunca farias nenhuma estupidez, percebeste? - Perguntou seriamente. Não respondi. - Percebeste, Bianca? - Perguntou ainda mais sério.
Antes de responder, uma coisa que não iria fazer, Leah entrou no quarto.
- O ambiente está agreste…- Disse sarcasticamente. - Feliz Natal, meus lindos. Bia, comprei-te um vestido e Seth está ali a tua roupa, vistam-se. - Disse apontado para o armário, toda sorridente, abandonando o quarto, de seguida.
- A tua irmã, está tão diferente. - Disse, levantando-me, fugindo ao anterior assunto.
- Sim, está. Desde que começou a namorar com o Embry ficou mais mansa. - Depois agarrou-me. - Por favor, promete. - Voltou a pedir.
- Não posso prometer uma coisa que não faria. - Disse, beijando-o. Golpe baixo? Óbvio, mas ele também usava comigo.
Resultou como eu queria, pois começou a beijar-me e só parou para respirarmos, depois beijou-me novamente e o meu telemóvel tocou.
- Estou? – Não sabia que a minha respiração estava tão ofegante.
- “Lobita o que tu andas a fazer para andares assim com a respiração?” – Gozou comigo.
- Emment…
- “Saudades minhas, lobita da minha vida?”
- Claro… O que tu queres? - Perguntei ainda chateada por ter estragado o meu momento com Seth.
-“Uhhh, a lobita está chateada… Uhhh… Desculpa lá incomodar. Só te liguei para desejar Feliz Natal….”- Disse com “tristeza”.
- Obrigada, Em. Feliz Natal. - Sorri.
- “Obrigado, mas agora tenho que ir ter com a minha Rose para ir dar o meu presente.”- Começou a rir-se.
- Vai lá, então. Até logo, Em. Adoro-te sanguessuga.
- “Oh, fiquei emocionado… Também te adoro minha lobita, apesar do cheiro. Ate logo”- Depois desligou a chamada.
Virei-me e lá estava o meu amor, o pesadelo ainda não tinha saído da minha cabeça e também ainda o queria distrair, pelo que corri até aos seus calorosos braços, abraçou-me, fortemente.
- Feliz Natal, amor. - Disse, contra o seu peito.
- Feliz Natal, minha princesa. – Senti o seu hálito no meu cabelo.
(…)
Finalmente, eu e Seth já nos tínhamos vestido, a roupa que Leah comprara.
- Estás perfeita, princesa. - Disse, voltando a beijar-me.
- Obrigada, amor. Tu também estás. - Disse-lhe.
Eu envergava um vestido bege e uns sapatos com plataforma pretos, ele vestia uma calças escuras e uma camisa branca, estava LINDO.
Quando descemos as escadas, encontravam-se na sala, Leah e Embry. A primeira tinha um vestido branco que contrastava na perfeição com o seu tom de pele, enquanto Embry tinha umas calças também escuras e uma camisa azul.
- Vocês estão perfeitos. - Disse Leah, quando nos viu.
- Obrigada. - Eu e Seth dissemos em uníssono. - Vocês também. - Disse.
- Obrigada. - Responderam eles em uníssono.
Começámo-nos a rir.
- Vamos fazer uma corrida? - Desafiou Embry, já na parte de fora da casa.
- Não me apetece. – Senti o calor da sua mão a pousar na minha.
- Medricas. - Começou por dizer Embry.
Seth não ligou, o que não era dele e começou a caminhar até à sua mota, deixando para trás a sua irmã e Embry, que entraram na floresta.
- Que se passa, amor? - Perguntei. – Não costumas rejeitar uma corrida.
- Não posso querer passar mais tempo com a minha namorada? - Perguntou com o seu ar maroto.
- Podes. – Sorri, aproximando-me dos seus lábios. - A tua namorada é uma rapariga cheia de sorte. - Disse, beijando-o.
- Vai-lhe perguntar, se calhar ela não pensa assim. - Respondeu com o seu sorriso.
- Um dia destes irei, não te preocupes, mas tenho a certeza que ela pensa assim. – Sorri, continuando a beija-lo.
- Buh…- Gritou Emment, o que me fez dar um salto. Fazendo o vampiro rir às gargalhadas.
- Meu, tu és maluco? - Perguntou o meu amor, enquanto me agarrava.
- Foi tão engraçado. – Emment ria descontroladamente.
- Muito…- Respondi por fim. - O que estás aqui a fazer?
- Apeteceu-me vir cá, enquanto estão todos a preparar as coisas, outra vez, eu vim fazer uma visitinha, espero não incomodar, quer dizer, é engraçado incomodar cães. - Voltou a rir.
- Tu tens sérios problemas…- Disse-lhe.
- Problemas? Alguns, mas vou ter mais…- Respondeu-me.
- Porquê?
Sem me responder, pegou-me ao colo e começou a correr pela floresta, deixando Seth para trás, boquiaberto.
- O meu lobo não vai gostar… A tua Rose vai ficar sem o seu vampirinho no Natal…- Disse-lhe, quando chegámos à casa branca.
- Eu sei, porque é que achas que te raptei?!? Um Natal sem um único rapto não é Natal. - Disse desiludido.
Quando chegámos entrámos e já lá estavam todos, quer dizer, faltava o meu amor.
- Querida, o Seth? - Perguntou Rosalie.
- Boa pergunta…- Respondi.
- Docinho, eu raptei a Bia, o namorado ficou para trás. - Disse Emment à sua mulher, beijando-a e fazendo com que ela se derretesse toda.
Nesse momento olhei para a porta, e vi que Carlisle e Esme falavam com alguém, percebi que era o meu namorado, corri até ele, quando cheguei à sua beira abraçou-me.
- Olá Bianca. - Saudaram-me Esme e Carlisle.
- Olá. - Sorri-lhes.
- Estás muito bonita, querida. - Disse-me Esme.
- Obrigada, a senhora também. - Sorri.
Fomos ter com os nossos familiares e reparei que a minha tia estava um bocado estranha, foi ter com Quil.
- O que a tua mãe tem?
- Ela descobriu o teu presente para o Seth…- Deixou a frase em suspense.
- Ups…- Foi a única coisa que disse.
- Ups? Bem podes dizer. Quando ela descobriu, eu estava em casa e posso-te dizer que não foi bonito…
- O que ela vai fazer?
- Eu sinceramente não sei, mas é melhor prevenires-te, “a casa vem a baixo”. - Disse, fazendo as aspas na última frase.
- É assim tão mau?
- Boa sorte. - Não pudemos falar mais, pois Claire veio ter com o meu primo e eu deixei-os brincar.
Fui ter com o meu amor.
- Aconteceu alguma coisa, princesa? - Perguntou-me.
- Não sei, ainda…- Respondi aereamente.
Senti os seus olhos curiosos pousados em mim, mas não me virei.
(…)
Estava na altura de abrir os presentes, uma coisa que me deixava feliz, adorava presentes. Era infantil, mas era a verdade.
Todos já tinham recebido os presentes, menos Eu, Seth, Nessie e Leah.
- É a vez da Leah.
Quando ela abriu, ficou tão contente que beijou o seu namorado, tinha recebido uma pulseira com as iniciais dos dois, romântico de mais para ela, mas para meu espanto ela amou.
De seguida, foi Nessie, recebeu um peluche que dizia “amo-te, és a minha vida, desculpa por tudo”, estranho, mas também gostou.
- Seth é a tua vez.
Quando Seth abriu os seus olhos brilharam.
- Gostas? - Perguntei.
- Se eu gosto? Eu amo, minha princesa. - Dito isto beijou-me intensamente durante vário tempo.
- Seth, não te estiques. - Disse, o meu primo, fazendo-nos afastar. Ainda que eu já estivesse sem fôlego, o que originou piadinhas de Emment e risadinhas dos outros.
- Lobita, ficas assim com um beijo? Uau, não quero imaginar quando fazes outras coisas…- Começou a rir muito, só parou quando sentiu os olhares de reprovação de todos que estavam na sala, quer dizer nem todos, pois Jared começou a rir-se com ele, eu devia estar muito vermelha.
- Agora é a vez da Bianca. - Disse Carlisle, dando fim às piadinhas do seu “filho”.
Quando abri, fiquei maravilhada, era um lindo colar, com um pingente em forma de lobo e atrás dizia “juntos até ao fim do mundo”, foi o presente mais belo que alguma vez tinha recebido, sem perceber deixei cair uma lágrima.
- Estás a chorar, princesa? Não gostas? Desculpa. - Disse Seth triste.
- Como eu podia não gostar? É o melhor presente que alguma vez podia ter recebido.
Ia beijá-lo, mas para não voltar a ouvir o meu primo, apenas o abracei.
- Amo-te. - Sussurrei.
(…)
Quando a festa terminou viemos embora, não queria ficar afastada de Seth, pelo que resolvi falar com o meu primo.
- Achas que o avô deixaria eu não dormir em casa? - Perguntei com medo.
- Bia, já conseguiste viajar com ele. Não achas que estas a pedir muito?
- Sim, eu sei. Desculpa.
Despedi-me de Seth e fui para a minha casa, embora a minha vontade de correr para os braços de Seth crescesse.
