Capítulo 25
Estava na praia, sozinha à noite enquanto olhava para o mar negro que se estendia à minha frente. Foi um Natal incrível, mas o primeiro que tinha sem os meus pais. Eu sentia a sua falta, a falta do carinho, do amor, dos sorrisos, das viagens, sentia a falta de tudo.
Flashback
- Filha, a tua equipa vai ganhar a competição, tenho a certeza. – Disse o meu pai com um sorriso, enquanto guiava até à escola.
Havia dois grupos de dança na minha escola, um era o meu, outro era da rapariga que nunca gostara desde que a conhecera, Marie. Naquele dia as duas iam a competição, para ver quem representaria a escola no concurso anual.
- A concorrência é demasiado forte, e tu sempre me ensinaste a nunca subestimar a concorrência, pai. – Respondi-lhe, colocando a língua de fora, fazendo os meus pais se rirem.
- Linda, depois da competição, podemos ir jantar ao teu restaurante preferido, o que achas? – Perguntou a minha mãe.
- Óptima ideia. Mas é melhor fazeres a reserva.
Ela acenou afirmativamente e pegou no seu telemóvel, enquanto eu e o meu pai riamos. De repente ouvi uma buzina e uns pneus a chiaram, a cara do meu pai passou de animada a horror, olhei de relance para o lado esquerdo e apenas vi um enorme camião dirigindo-se a nós, a última coisa que ouvi foi os gritos da minha mãe.
Acordei no hospital, ao meu lado estavam Quil e Jake.
- Oh meu deus, como é que estás, linda? – Perguntou apressadamente Jake.
Ainda estava desorientada, não conseguia perceber o que se tinha passado, não me lembrava de quase nada, só dos gritos e da cara de horror dos meus pais.
- Os meus pais? – Perguntei-lhe confusa.
- Acalma-te linda. – Pediu Jake, enquanto Quil tentava mostrar-se forte.
- Onde eles estão? Como eles estão? – Comecei a entrar em pânico.
Quil sem me responder, abraçou-me, sabia o que significava, comecei a chorar.
- Princesinha, finalmente acordaste. - Olhei para a origem daquela voz conhecida e vi o meu avô juntamente com a minha tia. Veio até mim e abraçou-me. – Está tudo bem, princesa. – Disse beijando os meus caracóis. - Não respondi, não o queria fazer, só queria ter os meus pais.
(…)
Passava dois meses desde aquele terrível acidente. Jake, Quil e o Velho Quil voltaram para La Push depois do funeral, ao qual eu não fui, os meus pais sempre me disseram que queriam que eu os recordasse felizes, vivos, não deitados, inanimados, mortos. A minha tia ficara comigo para tratar de algumas coisas.
Ainda não sabia nada sobre o condutor que provocara a morte dos meus pais, ia naquele dia falar com o advogado que sempre tratava dos casos da minha família e da nossa empresa.
(…)
- Olá Bianca, os meus pêsames. – Disse o simpático Robert, dando-me um apertado abraço.
- Obrigada, Robert. O que tens para mim? – Perguntei, impaciente.
- O condutor do camião, estava bêbado e passou um sinal vermelho. – Disse, tendo o cuidado de o fazer devagar para o impacto ser menor, mas não resultou.
- O quê?!? Era de manhã! – Gritei.
- Bianca, querida, ele tinha vindo de uma festa e nem a casa foi. Bebeu demasiado e não tinha condições para conduzir. – Continuou lentamente.
Comecei a chorar e o advogado que já me conhecia desde bebé, que era como um segundo pai para mim, abraçou-me ainda mais.
- Vai tudo ficar bem, minha querida. Ele vai hoje a tribunal e eu prometo-te que vou estar lá, para a justiça ser cumprida.
- Eu também vou. – Disse entre soluços.
- Não, não vais. Já falei com a tua tia e amanhã partes para La Push com ela, não te faz bem estares aqui. – Ia contestar, mas ele interrompeu-me. – Vais uns tempos, depois quando estiver tudo mais calmo, se quiseres voltas, vais ter aqui a tua casa, mas neste momento tens de te afastar.
Não consegui que ele mudasse de ideias, mandei uma mensagem a Kevin a pedir-lhe que fosse ter a minha casa. Fui para o quarto e comecei a fazer as malas.
- Posso, pequenina? – Perguntou o meu namorado.
- Claro. – Respondi, levantando-me para lhe ir dar um abraço.
- O que precisas, linda? – Perguntou, sentando-me na cama.
- Tenho que te dizer uma coisa.
- Estou a ouvir. – Sorriu.
- Eu vou embora. – O choque apoderou-se da sua cara. – Tanto o Robert como a minha família acham melhor eu afastar-me, daqui por uns tempos. – Continuou.
Kevin ficou em silêncio durante muitos minutos, já estava impaciente.
- Talvez seja melhor, pequenina, isto não te está a fazer bem. – Disse, por fim. A confusão chegou à minha cara. – Não te estou a mandar embora, mas é o melhor. Tu aqui tens demasiadas recordações, não te fazem bem. Quando estiver tudo mais calmo, quando tu estiveres mais calma, se quiseres regressas, minha linda. – Continuou.
(…)
Ficámos a falar por mais tempo e ele resolveu acabar comigo por achar que seria melhor, para ser menos doloroso a partida.
Fim do Flashback
Voltei a olhar para o mar, mas tinha a visão turva de tanto chorar, não fora uma boa ideia ter vindo para aquela maravilhosa praia, pensar naquele assunto, estava deprimida e nem Seth tinha para me animar, já que este estava a patrulhar com Jake e Quil.
Sabia que não podia passar o tempo todo com Seth, mas a minha vida resumiasse a isso, desde que voltara, dantes tinha muitos amigos e nunca estava só, mas agora ou estava com Seth ou com o meu primo ou com Emment, a minha vida resumiasse a coisas estranhas, lobos e vampiros.
Resolvi andar pela praia, esta dava-me sempre uma sensação de protecção e de paz.
(...)
Já nem sabia à quanto tempo caminhava, mas fazia-me bem. Essa paz que a praia me proporcionava era tão bem-vinda.
Como já não sabia à quanto tempo andava por ali, fui ao meu telemóvel ver que horas eram, passavam 25min da meia noite, não me apressei a ir para casa, o meu avô sabia que La Push era segura o suficiente para eu poder andar à vontade, ainda mais quando tinha o meu primo a patrulhar.
Foi ai que ouvi um barulho estranho, olhei ao redor e fiquei petrificada, quando vi de onde provinha.
(Notas da Debbie: Nunca perdi os meus pais, nem ninguém próximo de mim, que me lembre, portanto este capítulo está fraquinho.)
1 comentário:
tbm nunca perdi ninguém próximo, mas acho que deve ser horrível.
o que e' que ela viu??? deixaste.me curiosa!!!
Beijos
Matilde
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