Mais uma parte deste longo capítulo. Amanhã posto a última parte.
Desfiz-me do abraço e perguntei:
-O que foi?
-Não gosto de te ver triste.
-Mas eu não estou triste!
Dei-lhe o meu grande sorriso, para ver que eu estava a dizer a verdade.
-Tu… tu não tens saudades do teu pai?
Olhei-o incrédula.
-Não – respondi. Olhei para a cara triste dele. Ele sentia falta do pai dele. Óbvio. Mas o pai dele era uma lenda, o meu era apenas o meu pai biológico, nada mais.
-Tu tens saudades dele.
Ele acenou a cabeça a desviou o olhar.
-Sinto a falta dele. Custa-me ver a minha mãe aqui sozinha, e eu e a Leah longe.
-Ela não está sozinha – disse-lhe – Ela tem os teus amigos e os amigos do teu pai sempre a apoiá-la. A Leah veio cá a semana passada e tu também estiveste aqui há uns tempos. Ela nunca irá estar sozinha. E também não te esqueças que se vieres em forma de lobo chegas muito mais rápido.
Ele deu um meio sorriso e encolheu os ombros. Quando olhou para mim tinha os olhos a lacrimejar.
-Oh Seth! – disse abraçando-o.
Ficámos ali um bocado sem nos mexermos. Eu compreendia-o. A minha mãe morrera por minha causa e eu nunca cheguei a conhecê-la. Ele sempre tinha uma recordação dele e eu não.
Ele deitou-se e levou-me consigo.
-Seth! – gritei.
Ele começou a rir-se às gargalhadas.
-Tu nunca usas o teu escudo! É impressionante!
Ia começar a ripostar quando ele me tapou a boca.
-Já sei os teus argumentos. Não precisas de repetir, não sou um humano com Alzheimer.
Comecei a rir-me mesmo com a sua mão a tapar-me a boca.
Tocaram há campainha e fomos ver quem era. Era Billy. Quando este viu Seth cumprimentou-o e perguntou pelo Jacob. Pai galo, pensei. Cumprimentou-me e fiquei surpreendida quando disse o meu nome. Pensei que ele não o sabia. Sentámos (eu e Seth) no sofá e ficámos a ver televisão. Sue também não gostava muito de ver basebol, mas a televisão do Billy tinha avariado. Comecei a cair no sono, mas Seth despertou-me:
-Quero mostrar-te uma coisa.
Fomos para o seu quarto e ele pôs um CD a tocar no leitor. Deitou-se na cama e arranjou-me um espacinho. Deitei-me ao lado dele a ouvir o CD de música clássica. Era demasiado calma para me manter acordada e adormeci.
***
Quando acordei o sol tinha nascido e Seth estava a ressonar ao meu lado. Já devíamos de estar a partir de La Push.
Abanei-o para o acordar mas ele rolou para cima de mim. Ele era demasiado pesado para me deixar respirar e dei-lhe um murro no ombro com bastante força. Resultou. Abriu os olhos ainda confusos e olhou-me.
-Não consigo… respirar!
Ele riu-se e saltou para fora da cama.
-Bom dia! – saudou-me.
Ri-me da forma como ele parecia tão bem disposto. Levantei-me também e olhei para a janela. Já deviam de ser umas nove ou dez horas. Olhei para Seth em pânico.
-Sempre posso ir em forma de lobo.
-E eu ia às tuas cavalitas não é? – perguntei irónica.
Ele encolheu os ombros.
-É uma opção.
1 comentário:
Muito boa, estou ansiosa pelo proximo.
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