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segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

As mestiças - 17º capítulo 3º parte

Não se esqueçam de enviar a capa (que descobri também que podemos chamar de fanart) feita por vocês para ana.teresa.barreiros@gmail.com até dia 30 de Janeiro.


-O Seth? – perguntei. A minha voz parecia que tinha estado a chorar, mas não tinha.
Alguém me afagou o braço. Era precisamente aquilo que eu precisava. Sentia-me calma, plena e em paz com aquele toque.
-Obrigada – agradeci-lhe.
-Queres que te leve para o quarto?
Acenei com a cabeça. Ele pegou em mim e subiu as escadas. Chegámos ao último andar porque ele parou. Abriu-a e entrou comigo ao colo.
Deitou-me na cama. Espera lá! Esta não era a minha cama! Onde é que eu estava? Abri os olhos que até àquele momento tinham estado fechados. Olhei para o tecto. Não era o mesmo que o meu. Aquele quarto não tinha tanta claridade como o meu. Levantei-me. O quarto do Seth. Ele estava a meter um CD na aparelhagem que estava de frente para a cama. O CD começou a tocar e ele virou-se. Fechei os olhos com força antes de o encarar.
-Por que não te deitas, aqui comigo? – perguntei chegando-me para o lado, de maneira a dar-lhe espaço. Deitei-me ainda com os olhos fechados.
Eu era horrível. Não merecia Seth nem a família que agora tinha. Não estava habituada a sentir aquelas emoções todas e isso não facilitava. Já estava com aquela família à quase um mês. Isso era bom. Eles faziam-me sentir bem. Acolheram-me como se fosse uma filha e uma irmã para eles. Mas eu não merecia. Estava a fazer-lhes a vida num inferno. E eu era a culpada. Culpada, culpada, culpada! Estúpida, estúpida, estúpida! Egoísta até não mais poder. Comecei a ficar com os olhos a arder. Agora não era o momento para chorar. Tinha que fazer algumas perguntas para Seth. E rapidamente antes que me arrependesse. Abri os olhos e sentei-me na cama. Respirei fundo. A música era calma e tinha um ritmo demasiado repetitivo. Aquilo ajudava-me. Recomecei a tremer. Os nervos estavam a dar cabo de mim. Aquela família fazia-me mesmo sentir mesmo emoções muito fortes.
-Queres perguntar-me alguma coisa? – inquiriu ele. Voltei a tremer mais, só de imaginar como a sua face estaria só pelo tom de voz.
-Q - quero – gaguejei. Isto também não ajudava – Primeiro queria agradecer-te pelo que fizeste por mim no parque de estacionamento. Foi muito… gratificante. Obrigada.
-A minha função é proteger-te.
Não estava a gostar daquilo. Ele estava agressivo comigo. Tive medo de dizer mais alguma coisa. Se dissesse algo de errado ele matar-me-ia.
-Tu tiveste ciúmes do Leonardo, ou foi só uma questão de protecção?
Ele ponderou bastante aquela resposta. Ficámos uns segundos sem falar. Depois ele respondeu:
-Um bocado das duas. Acho que é normal sentir-se ciúmes quando se ama alguém. E, como já disse, a minha função é proteger-te.
Ele sentiu ciúmes? De mim? Que querido! Naquele momento apeteceu-me beijá-lo, mas estávamos a ter uma conversa séria. Ouvi um carro a andar no caminho. Devia ser Alice. Não queria mais um espectador, por isso despachei o assunto:
-Eu conheci o Leonardo quando vim da Rússia. Ele era o rapaz a quem se entregava os bilhetes para entrar no barco. Quando estava a sair do cais ele deu-me a jóia que tinha sido o pagamento para atravessar o Árctico. Foi só isso que aconteceu. Ah, mais uma coisa, aquela não foi a primeira vez que falámos na escola. Ele estava na minha aula de História e ele queria saber se era mesmo eu. Final da história. Nada mais a contar. Agora, tens perguntas a fazer?
Senti os olhos dele pregados nas minhas costas, mas não me virei. Era demasiado cobarde para ter de o encarar nos olhos.
-Sim, tenho uma pergunta – disse ele sério. – Irias impedir-me de lhe partir a cara ou não?
Os tremores voltaram, mais fortes que nunca. Não era adepta à violência, e eu achava que ele também não.
-Se calhar não fiz bem a pergunta – ponderou. – O que queria dizer era se ele te fizesse alguma coisa que não quisesses, se tinha permissão para lhe partir a cara ou não.
Abanei a cabeça.
-Não sou muito adepta da violência. E ele não se vai voltar a aproximar de mim. Se voltar, as coisas vão tornar-se piores… para ele.
Ele deu uma gargalhada, meteu as mãos á volta da minha cintura e puxou-me para trás. Fui cair com a cabeça no seu peito. Mesmo por cima da camisa, conseguia sentir o seu calor.
-Desculpa – pedi-lhe.
-Não irias adivinhar que ele iria estar na mesma escola que tu, pois não? Então, não tens que pedir desculpa.
Ficámos calados e sem nos mexermos durante um pouco. Passado um pouco o ressonar de Seth começou-se a ouvir. Adormeci com aquela melodia relaxante e segura.

2 comentários:

Rita disse...

quando e que publicam o prossimo capitulo?

Anónimo disse...

pergunto o msm q a Rita quando eq poem o proximo ?axi: matilde