Como as aulas começaram e eu tenho que me empenhar muito, vou só postar um capítulo por semana. Sendo assim, postarei todas as sextas à sexta ou então ao sábado.
Espero que entendam.
Capítulo 18
Acordei, estava o Sol a nascer. Que bom! Mais um dia sem aulas. Comecei a rir-me de mim mesma. Eu, uma pessoa que gostava de aprender desejosa de ver a escola pelas costas.
-Mas tens mesmo que ir? - perguntou Leah do andar de baixo. – O Quil pode ir sozinho.
-Também tenho que ver a minha mãe, Leah – disse Embry desesperado. – Não há volta a dar.
-Está bem – rendeu-se Leah. – Mas volta depressa.
-Amanhã já cá estou Lee Lee – disse Embry. – Até amanhã.
-Adeus – despediu-se Leah.
Uma porta abriu-se e fechou-se logo de seguida. Ouvi o suspiro de Leah. Parecia que Quil e Embry se tinham ido embora. Talvez a La Push.
Tentei levantar-me mas os braços de Seth prenderam-se mais a mim como dois pedaços de ferro entrelaçados um no outro. Mas a minha força era de aço. Com muito jeito consegui desenvencilhar-me dele. Tinha dormido ali a noite inteira. Precisava de ir mudar de roupa. Talvez fosse às compras com Seth. Ele tinha um estilo muito básico. Se o convencesse a… Esquece! Eu queria Seth assim. Mas se ele… Acho que não havia volta a dar. Abri a porta e esquivei-me para o meu quarto. Havia lá uns jeans por estrear. Tirei-os do roupeiro e atirei-os para cima da minha cama. Abri uma das gavetas e tirei de lá um top preto. De outra gaveta tirei uma camisa de alças feita de linho branco. Tinha o padrão de uma renda, por isso iria ficar bem com… um casaco de ganga e umas sapatilhas pretas. Quando estava a fechar o roupeiro, quando caiu de um cabide um vestido de seda preto justo, estilo caicai. Tirei-o do roupeiro e fiquei a observá-lo. Era bonito para um jantar ou uma festa. Era isso! Hoje iria jantar fora com Seth. A ideia agradava-me. E a ele também, de certeza. Portanto, hoje, quer ele quisesse quer não, teria que ir comigo às compras comprarmos um fato de cerimónia para ele. Um belo castigo, pelo que ele me fez o dia passado. Estremeci só de recordar aquele dia. Voltei a guardar o vestido e fechei o roupeiro. Vesti o que tinha posto em cima da cama e saí para me maquilhar em tons de cinzento-escuro. Abri a porta da sala de maquilhagem e Leah estava lá. Olhava para o espelho com um ar miserável. Fui para ao pé dela e puxei uma das cadeiras pretas de pele para onde ela estava. Sentei-me lá e afaguei-lhe o cabelo. Ela estava a chorar.
-Não precisas de ficar assim, Leah – disse-lhe eu. – Ele volta.
-Eu sei, mas é difícil separarmo-nos.
Queria abraçá-la, mas, tal como o irmão, Leah não estava habituada a afectos. Continuei a afagar-lhe o cabelo até as lágrimas secarem todas. Depois ela levantou a cabeça de avisou:
-Vou-me transformar e não sei quando vou voltar. Avisas os outros?
Acenei com a cabeça.
-Obrigada.
Fechou a porta atrás de si. Fiquei a olhar para esta durante um longo momento, até que depois acabei por me virar para ver o que é que tinha que ir buscar às gavetas. Olhei para o meu rosto. Aquela não era mais a Sophie. Aquela era a Sophie Cullen, uma meia vampira civilizada, não a bárbara que vivia na Rússia. As diferenças eram enormes. Tanto exteriores como interiores. Eu agora vestia-me melhor, e tinha mais cuidado com a minha beleza (estes eram os factores exteriores); os factores interiores eram eu sentir emoções e sentimentos humanos. Por exemplo, eu nunca tinha chorado na Rússia, mas quando cheguei ao pé dos Cullen, comecei a emocionar-me mais vezes, e por consequência, a chorar. Também comecei a apaixonar-me (pelo Seth, claro) e tinha começado a criar laços com minha nova família (uma coisa que nunca tinha feito com o meu pai). Eu não estava a dizer que estas mudanças eram más, muito pelo contrário. Faziam-me sentir mais… humana, e isso era estranho, até para alguns, como Rosalie que não queria ser como era. Eu sentia-me feliz com o rumo que tinha dado à minha vida. Nunca me iria arrepender de a ter tomado.
Fiquei a olhar mais um bocado para mim e comecei a pensar na Leah. Apesar de discretos frente aos outros, todos nós sabíamos que Leah e Embry eram mais do que simples amigos. Leah ficou destroçada com a partida de Embry para La Push, tal como eu achei que Seth tinha ficado quando fui para Otava. Mas… e se a situação fosse diferente? E se em vez de eu me ir embora (mesmo temporariamente), ir Seth? Será que iria sentir falta dele? Como é que iria ficar? Como é que ele iria ficar? Será que eu iria reagir da mesma forma que Leah? E ainda por cima eu, que não estava habituada a controlar as minhas emoções e qualquer coisa que acontecesse, desatava a chorar como um bebé.
Pisquei os olhos com força. Não iria pensar naquilo. Seth tinha-me prometido que nunca me abandonaria e era isso que ele iria fazer. Nunca se podem quebrar promessas. Nunca. Olhei para mim e precisava de toalhitas desmaquilhantes, e das sombras pretas, prateadas e cinzentas. Quando terminei a minha operação Alice entrou e atirou-me com uma caixa prateada com um laço lilás.
-Abre – ordenou Alice. Com ela nem valia a pena discutir.
Retirei o laço com cuidado e abri a tampa da caixa. Lá dentro estavam uns brincos em cima de veludo vermelho. Tirei um dos brincos para o ver melhor há claridade das luzes artificiais que estavam em cima dos espelhos. A primeira coisa que reparei foi no leão de aspecto feroz. O segundo e terceiros factos em que reparei foram na mão em cima do leão e nos trevos de três folhas por baixo como se fosse o contorno de um escudo. Olhei melhor para o brinco. Reconhecia-o de qualquer lado. Já tinha visto uma coisa parecida com isto. Depois lembrei-me do colar da Rosalie, da bracelete da Esme, da gargantilha da Alice e das braceletes grossas que Edward, Emmett e Jasper usavam. Era o símbolo que representava os Cullen. Alice tinha-os mandado fazer para mim. Nem queria acreditar. Olhei para ela e saltei do meu banco abraçando-a pela cintura.
-Obrigada, Alice! Obrigada, obrigada, muito obrigada! Nem sabes o que isto significa para mim! Obrigada Alice!
-De nada! – exclamou ela. – Afinal, fazes parte da família Cullen!
-Obrigada, Alice – disse-lhe mais uma vez largando-a.
Corri para o espelho e peguei no outro brinco. Enfiei-os logo na orelha. Eram pesados, mas para mim, nem tanto. Voltei-me para ela e puxei o meu cabelo para trás.
-Como é que fica?
-Brilhante! – disse ela, batendo palmas de satisfação.
Sorri-lhe e despedi-me dela. Agora tinha que ir acordar Seth. Não, primeiro tinha que avisar a Esme que se calhar Leah não vinha almoçar. Por isso fui lá abaixo e avisei a Esme do sucedido. Ela agradeceu e voltou aos seus afazeres. Subi as escadas e abri a porta de Seth com cuidado. Ele ainda estava a dormir, mas já não ressonava. Sentei-me em cima da cama ao lado dele e cruzei os tornozelos. Fiquei ali muito tempo à espera que ele acordasse até ele começou a murmurar qualquer coisa incompreensível e o seu sono se tornar mais agitado. Continuou a murmurar, e as palavras começaram a tornar-se mais compreensíveis. Ele estava a chamar-me. Meti-lhe a mão no ombro e finalmente ele abriu os olhos.
Sem comentários:
Enviar um comentário